O primeiro golpe do bolsonarismo foi contra seus próprios aliados

Gustavo Bebianno, foi um dos primeiros aliados de peso a cair justamente porque ousou questionar e tentar impor limites ao modo de agir da família Bolsonaro


Atuou como ministro da Secretaria-Geral da Presidência no início do governo (2019), mas logo percebeu que havia um projeto muito mais pessoal e centralizador do que republicano.


Quando tentou se posicionar de forma independente, foi alvo de ataques diretos — inclusive do próprio presidente e de seus filhos. 


Acabou sendo “descartado” rapidamente, abrindo o padrão que depois se repetiria com outros aliados (Mourão, Mandetta, Moro, Santos Cruz etc.). Taí para quem quiser conferir. 


bolsonarismo exige lealdade absoluta e incondicional; qualquer discordância é tratada como traição. Isso é típico de regimes autoritários, que não toleram vozes divergentes.


A memória de Bebianno mostra justamente o custo humano e político de se aproximar de um projeto personalista e excludente. 


Seu afastamento e posterior morte precoce acabaram simbolizando uma espécie de alerta sobre o destino dos que tentam “fugir da cartilha” do clã Bolsonaro.


👉 “Justiça por Bebianno” é uma boa forma de lembrar que o primeiro golpe do bolsonarismo foi contra seus próprios aliados.


1. Quem foi Bebianno no bolsonarismo nascente

Advogado, se aproximou de Bolsonaro em 2017, quando o então deputado buscava uma legenda para disputar a presidência.

Tornou-se presidente interino do PSL, foi responsável por viabilizar juridicamente e financeiramente a candidatura de Bolsonaro em 2018.

Era considerado um dos homens de confiança do presidente eleito, chegando ao cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência.


2. O choque com a lógica bolsonarista

Rapidamente percebeu que o governo seria marcado não por um projeto coletivo de gestão, mas pela centralização em Bolsonaro e, sobretudo, pela influência direta dos filhos na condução política.

O episódio que precipitou sua queda foi em fevereiro de 2019:

Bebianno tentou minimizar uma crise pública, mas foi desautorizado publicamente por Carlos Bolsonaro.

Bolsonaro endossou o filho e isolou o ministro, rompendo com ele de forma humilhante.

Ficou claro que qualquer divergência, mesmo de um aliado central, seria punida.


3. O padrão que se estabeleceu


O caso Bebianno revelou três traços que se repetiriam em todo o governo Bolsonaro:

1. Lealdade acima de competência – não importava a contribuição técnica ou política, mas a submissão total ao clã.

2. Oposição a qualquer autonomia – quem tentasse atuar de forma independente era descartado.

3. Governo guiado pela lógica familiar e não institucional – filhos e entorno próximo tinham mais poder que ministros de Estado.


4. Consequências

Bebianno foi a primeira “vítima” interna do bolsonarismo. Sua queda mostrou a outros aliados que ninguém estava seguro.

A partir dali, nomes como Santos Cruz, Mandetta, Moro e Mourão também enfrentaram ataques ou rupturas semelhantes.

Esse estilo de gestão minou pontes políticas e isolou o governo, levando-o a depender cada vez mais de radicalização digital e alianças circunstanciais no Congresso.


5. A simbologia de “Justiça por Bebianno”

Representa não apenas a memória de um aliado descartado, mas um símbolo do modus operandi autoritário da família Bolsonaro.

Serve como alerta: o bolsonarismo não constrói, apenas exige fidelidade e descarta quando alguém deixa de ser útil.



Conclusão:

Gustavo Bebianno foi, de fato, a primeira vítima política de um projeto personalista e autoritário. Sua saída precoce revelou o que viria a ser a marca registrada do bolsonarismo: centralização no líder, dependência de propaganda e eliminação sistemática de qualquer voz independente.


Gustavo Bebianno - Advogado e ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência do Brasil 







Imagens disponíveis e retiradas do Google 

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