Mandato parlamentar exercido do exterior: uma contradição democrática

Brasileiros ao depararem com essa mídia: 

Faz-se necessária uma avaliação reflexiva rápida e eficaz pois o tema requer isso. Que tal fazer isso agora? 


Mandato parlamentar exercido do exterior: uma contradição democrática

A função parlamentar no Brasil está diretamente ligada ao princípio da representação política. Deputados e senadores existem para legislar, fiscalizar e defender os interesses da população brasileira dentro do território nacional. Nesse sentido, a ideia de permitir que um parlamentar exerça o mandato residindo fora do país é não apenas ilógica, mas também um contrassenso democrático.

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1. Ruptura com a realidade nacional

A vivência cotidiana em solo brasileiro é fundamental para compreender as demandas sociais, econômicas e culturais do país. Um representante que vive no exterior perde contato direto com os problemas que afetam a população e se distancia das consequências práticas das leis que ajuda a aprovar.

2. Custo ao erário sem retorno efetivo

O mandato parlamentar é custeado pelo povo brasileiro. Manter um deputado ou senador fora do país implica, além de quebra de simbolismo institucional, uma contradição econômica: a sociedade arca com os custos sem obter, em contrapartida, uma representação próxima e efetiva.

3. Fragilização da legitimidade política

A legitimidade do representante decorre não apenas do voto, mas da capacidade de manter um vínculo constante com sua base eleitoral. Ao residir fora do Brasil, esse vínculo se fragiliza, abrindo espaço para questionamentos quanto à real representatividade de tal parlamentar.

4. Riscos institucionais e de soberania

Um legislador residente em outro país pode sofrer influência direta de interesses estrangeiros, consciente ou não, comprometendo a defesa da soberania nacional. Isso enfraquece a independência do Parlamento e abre precedentes para ingerências externas.


Concluindo a Câmara dos Deputados, ao cogitar aceitar um mandato exercido do exterior, corre o risco de legitimar um precedente extremamente perigoso. 

Não se trata apenas de um capricho administrativo, mas de um abalo à própria lógica da democracia representativa brasileira.

A representação política exige presença, compromisso e vivência do cotidiano nacional. 

Qualquer flexibilização nesse sentido é, na prática, um convite ao esvaziamento do Parlamento e ao descrédito das instituições. 

Esperamos que o deputado #HugoMota seja um excelente presidente da Casa Parlamentar decidindo pelo bem exclusivo do nosso país soberano, não influenciado pela ingenuidade de um parlamentar iniciante. 

Quer conhecer mais sobre esse cenário da ingenuidade? Vamos lá, passei muito tempo trabalhando nos bastidores do nosso Parlamento para observar sobre isso.

Quando alguém é eleito pela primeira vez, chega ao Parlamento carregando expectativas pessoais e sociais elevadas. 

Muitas vezes, acredita que terá condições imediatas de “mudar o país”, propor grandes reformas ou transformar a realidade da população que o elegeu. 

Essa postura, embora bem-intencionada, costuma revelar uma certa ingenuidade política do tipo: 

1. Subestimação das estruturas do poder 

O parlamentar novato muitas vezes não compreende o peso das estruturas já estabelecidas. As pautas não andam apenas pela vontade individual, mas dependem de negociações partidárias, acordos de lideranças e até da boa vontade da mesa diretora. Quem ignora isso tende a se frustrar rapidamente.

2. Ilusão do protagonismo pessoal

É comum acreditar que um mandato, por si só, pode pautar os rumos da nação. A realidade é que o processo legislativo é coletivo, lento e permeado de barganhas. O excesso de confiança no carisma ou no discurso próprio costuma gerar isolamento político.

3. Desconhecimento do jogo institucional

A prática parlamentar envolve regimento, ritos burocráticos e articulações nos bastidores. Sem esse domínio técnico, o parlamentar iniciante pode se tornar refém de assessores ou manipulado por colegas mais experientes, perdendo autonomia.

4. Choque entre ideal e realidade

Quem chega cheio de promessas enfrenta a dura realidade do “toma lá, dá cá” da política. Muitos, diante da frustração, ou se acomodam ao sistema que antes criticavam, ou se tornam figuras marginais, incapazes de influenciar de fato as decisões.

Minha experiência laborativa durante muitos anos me permitiu presenciar tudo isso. 

Eduardo Bolsonaro exercendo mandato parlamentar desde 2015, pelo visto ainda não superou essas fases nem aprendeu a “lição de casa”. Atropelar todos falseado na ideia de “correr atrás de um suposto prejuízo”, não muda em nada todo esse cenário. 

Hugo Mota deve refletir bem para decidir sobre o tema. Fica a dica. 








Imagens disponíveis e retiradas do Google 
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