Diante das ameaças tarifárias de 100% e 50%, impostas pelos EUA é importante lembrar que o Brasil preside BRICS! O blefe de Trump pode favorecer a China! Que venham o Swap cambial e Brics Pay


Para começo da conversa, você sabia que outros países usam o euro sem fazer parte da União Europeia? Confira: 

Montenegro e Kosovo não são os únicos países fora da União Europeia onde o euro serve como moeda oficial. 


Este também é o caso de quatro microestados, Andorra, Mônaco, San Marino e a Cidade do Vaticano.  Esses quatro países, sem litoral ou intimamente ligados a um país membro da União Europeia, não são membros da UE, mas todos negociaram acordos monetários para permitir que eles coloquem euros em circulação em seu território. 


No entanto esses 4 países também são capazes, ao contrário do Kosovo e de Montenegro, de cunhar sua própria moeda com seus próprios motivos nacionais, embora em quantidades limitadas.


Veja que esses dois países Kosovo e Montenegro, enfrentam o desafio de suas  economias ainda desequilibradas pelas consequências da fragmentação da ex-Iugoslávia, e por isso os governos dos dois países decidiram unilateralmente usar o euro como moeda oficial para estabilizar a inflação de preços e atrair investimentos estrangeiros. 


Antes de 2002, Montenegro e Kosovo usavam o marco alemão como moeda paralela ao antigo dinar iugoslavo.


Quais países compõem a zona do euro?

Originalmente composto por onze países da União Europeia: Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos e Portugal. De lá até hoje, foi complementado pela Grécia, Eslovênia,Chipre e Malta, Eslováquia, Estonia, Letônia, Lituânia e Croácia.

  • Durante 2025, 20 dos 27 países membros da União Europeia usam o euro como moeda oficial. 

A Dinamarca, por sua vez, recusou o euro para manter a coroa dinamarquesa, enquanto os outros seis países (Bulgária, República Tcheca, Hungria, Polônia, Romênia e Suécia) ainda não atendem aos critérios ou não solicitaram a integração da zona do euro. 


Por que é importante conhecer sobre esse tema? 


Porque somente usando o cenário europeu como inspiração e exemplo poderemos entender toda a polêmica que envolve os países membros do BRICS a adotarem uma moeda comum para realizar comércio sem o dólar.


Tradicionalmente, o dólar é a moeda utilizada nas transações comerciais entre os países membros do BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e que recebeu outros países nos últimos anos: Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e a Indonésia.


Só para ter uma ideia da grandiosidade do comércio global do BRICS o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que, em 2027, os países do BRICS representarão 33,9% do PIB mundial, o que supera o tradicional G7, cuja participação deve cair para 28,26%. Repare que previsão é que em dois anos o BRICS superará o grupo do G7. 


Qual a importância disso tudo para o Brasil?Afinal somos apenas mais um dos membros do BRICS. Aqui está o engano. 



O Brasil não é só mais “um dos membros”. 

Em 2025, a presidência do BRICS está sob o comando do Brasil. 


Até o momento, o país que preside o B(Brasil)RICS segue a ordem do acrônimo, cuja presidência se dá anualmente com início em 1º de janeiro e término em 31 de dezembro de cada ano. Entendeu? O próximo a presidir serão os (R)russos. 

  • Somente com a recente adesão de novos membros, será discutida uma nova fórmula de rotatividade.

Qual a importância de presidir o BRICS? 

Exatamente porque é a presidência pro tempore que define as prioridades da agenda e organizam a cúpula anual do agrupamento. 


É de suma importância que os brasileiros entendam e também se interessem pelas prioridades desse jogo comercial, pois somente assim, poderemos avaliar as dificuldades desse jogo e os méritos que manterão o Brasil nele. 


Todos acompanhamos o governo de Donald Trump, ardilosamente fazer uso da insatisfação da família Bolsonaro. 


Como Trump faz isso? Estimulando a politização do processo judicial que apura a responsabilidade do Bolsonaro como réu do crime de tentativa violenta de abolição do Estado de Direito. Bolsonaro é apenas um dos muitos réus. 


Trump também fez o mesmo em 2021 lá no Capitólio americano, no entanto ele se reelegeu quatro anos depois, em 2025.


Acontece que as leis brasileiras são diferentes da legislação americana e nossas leis são bem mais rígidas quanto ao processo eleitoral. 


Com esse ardil Trump usa da sua função política para disputar poder com o BRICS: 


O presidente americano, Donald Trump, afirmou em uma publicação na rede Truth Social que poderá impor tarifas de 100% aos países do BRICS caso adotem uma alternativa ao dólar. Escreveu: 

  • “Vamos exigir um compromisso desses países, aparentemente hostis, de que eles não criarão uma nova moeda nem apoiarão qualquer outra moeda para substituir o poderoso dólar americano, caso contrário, eles enfrentarão 100% de tarifas e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia dos EUA”,”

O blefe é bom, mas a não ser que os norteamericanos - os maiores compradores do BRICS - possuam uma alternativa para suprir seu mercado interno, o comércio do BRICS que vai superar o do G7 em dois anos tem as suas “cartas na manga”. É truco, Trump! 


Daí, exatamente hoje (28/07) Donald Trump, afirmou que espera aplicar tarifas entre 15% e 20% aos parceiros comerciais que não firmarem acordo comercial com Washington. Os europeus já firmaram acordo.


O Brasil como fica até agora? 


Enquanto a tarifa mundial ficaria em algum lugar na faixa de 15% a 20%, o Brasil será submetido a uma tarifa de mais que o dobro da aplicada ao restante do mundo, já que os produtos brasileiros estão sujeitos a uma taxa de 50% imposta por Trump. Faz isso politizando nosso sistema judiciário. 


A sanha de Trump não pára por aí, ele quer muito mais:  o encarregado de negócios da embaixada dos EUA procurou empresários do setor mineral para tratar do assunto “minerais críticos”, já que o Brasil possui a 3ª maior reserva global de terras raras. 


O que aconteceria se o BRICS mudasse sua intenção e começasse a discutir a adoção de uma moeda comum para realizar comércio sem o dólar? 


Ora, vemos mais do que nunca que os EUA - gestão Trump - usam sua moeda para exercer e para promover seus interesses políticos e econômicos, o que é chamado de armamentalização (weaponization) do dólar. 


A predominância da moeda americana faz com que o sistema também seja utilizado como ferramenta de sanções. 


Os EUA conseguem isolar um país do sistema financeiro global ou mesmo congelar seus recursos em bancos estrangeiros, como fez recentemente com a Rússia e até com a Venezuela. 


No entanto essa hegemonia poderá acabar. Como isso é possível? 


O Brasil - até agora - tem adotado uma postura cautelosa em relação à proposta para a criação de uma moeda comum para o grupo dos Brics., e tem conseguido também manter o controle da agenda, evitando avançar em temas que não considera de seu interesse imediato.

  • Até agora a ideia, que visa estabelecer um sistema alternativo ao Swift para transações comerciais, tem encontrado resistência por parte das autoridades brasileiras. 

Mas vemos que essa cautela, diante da necessidade atual poderá mudar radicalmente. Por que não? 


Temos em mente que o Brasil possui a força política de liderar o BRICS e manter a sua agenda com foco de trazer alinhamentos sem prejudicar seus interesses econômicos e diplomáticos no cenário global. 



Avalie: e se usarmos da força politica que detemos? Trump e suas ameaças tem nos forçado a mudar. 

  • A mudança teria como objetivo justamente criar uma alternativa financeira descentralizada. 

A ideia que pode ser ultrapassada no atual cenário era: “ao criar uma eventual moeda comum, mesmo que digital ou simbólica poderia reforçar a centralidade do yuan e ampliar a influência chinesa.” 

  • Por isso, há resistência por parte de outros membros, em especial da Índia, que teme que o Brics vire um instrumento da diplomacia chinesa”, disse.

Diante das ameaças descabidas de Donald Trump (100% e 50%), se cumpridas poderão trazer enormes prejuízos econômicos ao Brasil.  Temos alternativas para negociar, por que não usamos? 


O Brasil poderá sim, avaliar a possibilidade de ficar a mercê dos chineses não é economicamente mais atenuante? 

Trump é um comerciante, o BRICS também é um. 



A China tem até 12 de agosto de 2025 para firmar um tratado tarifário duradouro com o governo Trump, e o Brasil até dia 1°. 


A sobrevivência e o fortalecimento do euro em países que não integram a zona do euro é a prova que uma possível mudança TEM O PODER de dar certo. 

Que venham o Swap cambial e Brics Pay! O blefe do Donald Trump deu certo para os chineses? 


O Brasil está afiado com a gestão plena e eficiente do Professor Fernando Haddad nosso atual ministro da Economia. 







Imagens disponíveis e retiradas do Google 

Sites e links de pesquisas e compilações parciais dos textos 


https://www.uff.br/10-02-2025/moeda-de-negociacao-do-brics-gera-novos-debates-apos-ameaca-de-trump/


https://g1.globo.com/google/amp/economia/noticia/2025/07/28/tarifaco-trump-tarifas.ghtml


Países dos BRICS discutem a adoção de uma moeda comum para realizar comércio sem o dólar - TV Senado

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