A expectativa de Bolsonaro ser indiciado pela PGR nos atos de 8 de janeiro vai moldar as eleições de 2026. O que poderá acontecer?


O artigo do portal poder360.com.br publicado em 16/02 pautou as impressões polemizadas do novo presidente da Câmara dos Deputados. Veja:

“Desde o início das articulações que elegeram Motta (foto) à presidência da Casa Baixa, ele se manteve discreto e calado quanto a assuntos polêmicos, como o PL da anistia...”(https://www.poder360.com.br/poder-congresso/em-15-dias-motta-envia-recados-ao-executivo-e-ao-judiciario/)


Tem mais: 

“Em 15 dias, Motta envia recados ao Executivo e ao Judiciário 

Presidente da Câmara ironizou uso de boné com mensagens políticas, pediu que o governo corte gastos e disse ver um desequilíbrio nas penas do 8 de Janeiro...”


Antes a cautela e a ponderação, agora, depois de eleito a pressa em emitir opiniões pessoais que alavancam ações e motivos distorcidos e desfigurados do real embate nos bastidores do poder  legislativo. 


Porque é assim? Dois motivos são óbvios:

  1. A imaturidade política do deputado, ora Presidente, com ego arregado nas atuais “ondas da vitória” que está se deixando navegar na fragilidade das expectativas dos outros e ainda,
  2. Estimulado pelos líderes dos Republicanos que buscam manobrar aliados “reescrevendo uma realidade de lutas apenas pessoais”, e com isso acreditam expandir o poder do partido.

O tempo provará a ineficiência dessas “metas” no cenário político. Ninguém gosta de ser manipulado. 


Protagonismo a parte a empolgação do novo cargo fez o deputado Hugo Motta em apenas 15 dias de gestão mandar “recados” para o Judiciário e o Executivo focados no 8 de Janeiro. Vamos lá: 

  1. anistia do 8 de Janeiro – disse 1 dia depois de ser eleito que o tema “com certeza” será discutido com os líderes partidários, mas depois declarou não haver uma “decisão tomada” sobre pautar ou não pautar; 
  2. pena dos condenados – falou que há um desequilíbrio nas condenações dos envolvidos nos ataques do 8 de Janeiro e que não avalia que houve uma tentativa de golpe no início de 2023 – informou que essa é sua opinião pessoal; 
  3. E finalmente aceitou reunião com familiar de foragido – Motta recebeu em 11 de fevereiro a mulher de um dos condenados (ele está foragido)...

Tais declarações cortaram o horizonte do bolsonarismo tal qual luz no fim do túnel, já com suas hostes enfraquecidas e desvalidas desde a prisão do General Braga Neto.


Paulo Gonet, Procurador-geral da República


Agora diante das perspectivas de que a PGR está revisando e com lupa os três inquéritos da Polícia Federal para analisar caso a caso dos 40 indiciados pela corporação o horizonte ficou ainda mais “escurecido” para o ex-presidente Jair Bolsonaro. Eita 


Obviamente que todos esses fatos que compõem o inquérito da Polícia Federal vão “respingar” até ao líder-maior do Bolsonarismo, uma vez que militares próximos a Bolsonaro, como:

  1. general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, e o
  2. tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, 

Deverão integrar a primeira leva de denúncias, e como alguns já estão presos merecem, por isso mesmo a celeridade e a rapidez da conclusão dos inquéritos. 


Enquanto isso o ego aceso do novo presidente da Câmara deu fôlego ao desalento de Bolsonaro. 


Assim com apoio do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas partiu em garantia da pauta de votação do PL da Anistia no Senado. Lá a maior bancada é do PSD ainda que o novo presidente da Casa - Senador Davi Alcolumbre - agregue o partido União Brasil. 


Jair Bolsonaro é Gilberto Kassab 

Por isso na última segunda-feira 10/02, o presidente do PSD Gilberto Kassab e Bolsonaro almoçaram juntos, a sós, no Palácio dos Bandeirantes, e o tema da conversa não podia ser outro: anistia. 


Aqui está justamente um dos pontos fracos da postulação de Bolsonaro já desesperançado de escapar da denúncia da PGR. 


Um projeto dessa monta - PL da Anistia  - requer aprovação da maioria nas duas casas - tempo desmedido -  e valerá somente para eleições seguintes a sua validação (publicação). Sem esquecer que ainda há as atribuições do TSE - com as suas Resoluções- em cada pleito eleitoral.


Enquanto isso devemos lembrar que as próximas eleições ocorrerão já em 2026 e guarda-chuva do orçamento é o seu principal oponente. 


Em Brasília, diz-se que Kassab está forte demais e lhe dar mais musculatura seria uma temeridade, ou seja Kassab de olho nos aportes do seu partido não precisa de apoiar Bolsonaro em idos tão enfraquecidos.  


Kassab sabe e melhor que ninguém - acostumado como está a manter “elegantemente” suas portas abertas - que ensaiar uma “aproximação de Bolsonaro” manterá o Palácio do Planalto em alerta, com todas as lupas voltadas para ele. Não menosprezou isso. 


Isso vai produzir por certo, em um futuro próximo, resultados favoráveis ao PSD já que mantém a maior bancada do Senado, sendo ele a carta de às do Executivo para aprovar medidas essenciais em ano pré eleitoral.Bingo


Enquanto isso sua majestade o PL - maior partido do país graças ao apoio do ex-presidente Bolsonaro - segue teimosamente com sua desvalida coroa, insistindo em “cartas fora do baralho”, para o futuro cenário eleitoral. Essa teimosia vai produzir a curto prazo resultados desfavoráveis ao partido. Ponto para o PT.


Enquanto o fragilizado bolsonarismo apela para as redes sociais (bots) numa tentativa frustrada de “copiar a trajetória de Donald Trump”, menospreza que o cenário político e a legislação eleitoral do Brasil é totalmente diferente dos norte-americanos. 

Presidente Lula, Davi Alcolumbre o atual presidente do Senado, e Hugo Motta o presidente doa Câmara dos Deputados 


Seguem confiantes na transitória  “baixa popularidade do governo Lula”. Pelo visto continuam a “enxergar” só o querem ver. 


PL insiste em repetir as mesmices com ações de “desacreditar os oponentes”. 


Parece que vai novamente descambar na frustração proporcionada pela autoincapacidade do partido comandado por Waldemar Costa Neto de “compensar” suas perdas. Algo do tipo “segurar um tambor”, enquanto as baquetas estão na guarda de quem “não possui mãos para tocá-lo”.


Mudando de ares, hoje, a tendência é que o governador de São Paulo dispute a reeleição, considerado esse um caminho eleitoral muito mais seguro. 


Mas os ventos sempre podem mudar e, se isso ocorrer, o embate eleitoral de 2026 será do jeito que aguardamos: muitas águas tempestuosas para poucas canoas navegarem e o eleitor será como sempre o vencedor. Que rufem os tambores. 






Imagens disponíveis e retiradas do Google 

Sites e links de pesquisas ja indicadas no texto 


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