Datena ao atirar a cadeira em Pablo Marçal agiu em legítima defesa? Decida você, eleitor

 Ultimamente as campanhas eleitorais parecem caminhar para isso: 



Para entender o cenário vamos aos fatos: 

O PRTB é o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) é um partido político fundado em 1994 e com registro definitivo em 1997. 

Atualmente dados do portal do TSE indicam que o PRTB possui um pouco mais de 148 mil filiados. 


Não tem representação no Senado sequer na Câmara Federal ou governadores eleitos. 


Nas últimas eleições municipais (2020) elegeu apenas 220 vereadores. De um total de 56.810 vereadores distribuídos nos mais de 5.560 municípios do Brasil. O partido conta ainda com seis (6) prefeitos e sete (7) deputados estaduais distribuídos nos 26 estados mais o DF.  


O PRTB têm origem no Partido Progressista (sem relação direta com o atual) que também fundiu-se posteriormente com o PPR em 1995, formando o PPB. 


O PRTB nasceu exatamente de uma dissidência dessa fusão. Uma  parte de seus filiados seguiu Levy Fidelix para fundar o atual PRTB. 


Fidelix faleceu em abril de 2021, vítima de complicações da COVID-19, cenário que ele criticou (contra o lockdown e as campanhas de vacinação). 


Após sua morte o partido foi comandado pela viúva de Levy que deu início às negociações para que em 2022 Jair Bolsonaro se filiasse a sigla. 


Foi infrutífera a negociação já que uma das exigências de Bolsonaro era ter o controle total dos 27 diretórios regionais, além de exigir a mudança de nome do PRTB para Aliança 28. Tudo ficou como está.


O PRTB desde fevereiro de 2024 é comandado pelo empresário de Anápolis-GO, Leonardo Araújo. 


O partido se define como conservador e nacionalista, liberal do ponto de vista econômico e bem próximo a extrema-direita. 


O maior feito do partido foi o de emplacar o general Hamilton Mourão como vice de Bolsonaro na Chapa vencedora das eleições de 2018. 


Ainda assim o partido não superou a cláusula de barreira (1,5% dos votos válidos para a Câmara federal) por isso: 

  • Não têm acesso aos recursos do Fundo Partidário e,
  • ao tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão.

Agora em 14 de setembro de 2024, a Justiça de São Paulo determinou o despejo do PRTB de um prédio comercial na Zona Sul da capital do estado de São Paulo por dívida com aluguel.



O que tudo isso tem a ver com o candidato a prefeito de São Paulo, o influenciador digital Pablo Marçal? 

Marçal é o atual presidente de honra  do PRTB e contratou o mineiro Michel Winter para liderar as estratégias de marketing da sua atual campanha ao governo de São Paulo. 


Winter é o mesmo que atuou nas equipes vitoriosas de Jair Bolsonaro e Romeu Zema em 2018, será o líder das estratégias de marketing. Qualquer semelhança pelo que enfrentamos no passado é mera? Bem se vê que não. 


Nas eleições gerais de 2022, Marçal candidatou-se a deputado federal por São Paulo obtendo 243 mil votos. 


Então por quê não é um Deputado Federal? Por conta de uma liminar do ministro Ricardo Lewandowski do STF que impugnou a sua candidatura.


Vixe! Por quê a candidatura dele foi bloqueada? Durante a eleição de 2022 Marçal concorria sub judice, mas continuou sem apresentar os documentos exigidos pela Justiça Eleitoral, daí sua candidatura foi impugnada pelo STF. 


Agora como candidato do PRTB a prefeitura da maior cidade do Brasil durante um debate realizado pela TV Cultura de São Paulo, Marçal usou da sua marca registrada. 


Disparou, propositadamente, insultos ao candidato do PSDB, José Luiz Datena. Usou acintes do tipo “você é um arregão” (gíria de covarde), “você não é homem”. 

  • Avalie um indivíduo de 37 anos atirando isso em público, ao vivo na “cara” de um cidadão de 67 anos? 
  • Tudo sem motivação nenhuma somente pelo simples prazer de insultar, só porque você é um dos adversários na campanha eleitoral? Difícil não é? 


O insultado não se conteve e partiu pra cima do agressor verbal atirando-lhe uma cadeira. Veja bem,


Datena é casado há 30 anos com a mesma mulher, tem cinco filhos, 6 netos e enfrenta problemas de saúde, faz uso de insulina já que convive com a diabetes. Violência não se normaliza, é claro, no entanto não devemos desconsiderar como resposta a violência verbal gratuita. Pois de outra forma esse comportamento verbal viraliza. 


Pelo visto enquanto os partidos políticos NÃO SE RESPONSABILIZAREM civil e penalmente, sob pesadas multas, pelos excessos ilegais - dolo  ou culpa - dos seus candidatos, vamos continuar assistindo debates marcados por novas brigas, trocas de acusações, gritaria e inúmeros pedidos de direito de resposta. 


Datena sem dúvidas utilizou, ainda que com excesso dos seus além-limites de direito de resposta a uma agressão verbal.


Como idoso e diabético que é, usou a cadeira em legítima defesa para proteger seu direito a hombridade e a honra civil agredidas de modo inatural e desmedido. 


Achando pouco, Marçal o adversário político(??) extrapola as definidas raias da cenário de campanha eleitoral para teimar - igual moleque - com suas ofensas pessoais ao adversário:”… Datena não é homem e aqui eu retifico, retifico não, ratifico, ele não é homem, ele é um agressor…”. Ainda posa de vítima. Cadê os limites da impessoalidade? 


Pelo visto os idosos vão continuar assistindo - inertes - a violação das normas fundamentais contidas no Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003)


Só para lembrar, aqui vão elas:

    • Todos os idosos têm direito a dignidade, respeito e convivência familiar e comunitária… 
    • Nenhum idoso pode ser vítima de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão…

      isso não vale durante campanha eleitoral? Responda você, eleitor! 



Imagens disponíveis e retiradas do Google 



Comentários

  1. Depois de ter presenciado/assistido a tantas agressões verbais, mentiras, invencionices, fake news, gozações e desrespeitos vomitados nos debates políticos pelo candidato Pablo Marçal, entendo como justificável a atitude do candidato achacado José Luiz Datena. Acredito que se levado o caso à justiça o veredicto final não será a promulgação de sentença condenatória ou indenizatória.

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    Respostas
    1. É verdade, no fim as campanhas políticas, os pleitos eleitores parecem descambar em um ringue. Alguns candidatos menosprezam a luta de “conquistar eleitores” e partem para as ofensas gratuitas aos adversários

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