O tempo não é de graça e custa caro, você está disposto a pagar o custo? A era do dinheiro fácil da corrupção está com seus dias contados

A era do dinheiro fácil da corrupção
está com seus dias contados 

Já ouviu falar em “cliente ninja”? Um vetor da crise hipotecária (crise subprime) ocorrida em 2007 no mercado imobiliário norte-americano? Não? Saiba sobre isso.

A crise do subprime foi uma crise financeira ocorrida em julho, 2007, a partir da queda do índice Dow Jones causada pela concessão de empréstimos hipotecários de alto risco (em inglês subprime). 


Essa crise arrastou vários bancos para a insolvência repercutindo fortemente sobre as bolsas de valores de todo o mundo.


Afinal aqueles títulos tinham sido espalhados pelo mundo inteiro, intensificando a vastidão da crise.


O que motivou essa crise? 

A crise aconteceu porque bancos norte-americanos incentivados pela desregulamentação, acirraram práticas de alavancagem, elevando-a a margens nunca antes vistas.


Nessa época tornou-se comum no meio financeiro a adoção de práticas cada vez mais irresponsáveis, com a criação de inúmeras "inovações financeiras" de alto risco, que foram aliadas a práticas de irregularidades, tais como fraude financeira na avaliação de risco dos chamados títulos podres


Os CDOs -Títulos de Dívidas que eram baseados nas hipotecas subprime, avaliados com o grau máximo de segurança de investimento (AAA), por agências de avaliação de risco acima de qualquer suspeita. 


As famílias, já endividadas, elevaram a contratação de empréstimos, fazendo novas hipotecas e adquirindo novas linhas de crédito. 


Junto com esses créditos hipotecários, os bancos  concediam também cartões de crédito e aluguel de carros. 


Os empréstimos eram concedidos aos clientes sem comprovação de renda e com mau histórico de crédito - eram os chamados clientes ninja (do acrônimo em inglês, no income, no job, no assets: sem renda, sem emprego, sem patrimônio). 


Essas dívidas só eram honradas, mediante sucessivas “rolagens”, que foram possíveis enquanto o preço dos imóveis permaneceu em alta.


Essa valorização contínua dos imóveis permitiu aos mutuários obterem novos empréstimos, sempre maiores, para liquidar os anteriores, em atraso - dando o mesmo imóvel como garantia. 

A farra foi completa. Todo mundo lucrando. 


Até ocorrer o boom: os juros dispararam nos Estados Unidos, com a consequente queda, que já vinha ocorrendo desde 2006 do preço dos imóveis. Isso causou inadimplência em massa.


Para tentar dissipar a crise e atenuar os impactos na economia o Congresso dos EUA aprovou na época um pacote de socorro aos bancos no valor de US$ 700 bilhões, proposto pelo governo de Bush. 


Como foi o efeito dessa crise no Brasil?


No Brasil em 29 de setembro, 2007 a Bolsa de Valores de São Paulo, a terceira maior do mundo em valor de mercado, chegou a cair 10,16% (a 45.622,61 pontos) e teve suas operações interrompidas.


Embora a maioria dos economistas adotassem uma posição de cautela, confiando que a posição brasileira fosse menos vulnerável do que a dos países ricos, com menor impacto da crise. Foi exatamente o que aconteceu. 


Um exemplo foi o economista Stephen Kanitz que alertou o Brasil estaria imune - ou quase imune - à crise. Ele provou estar correto. 


Na época o Brasil vinha obtendo sucessivos superávits fiscais, e sendo cauteloso, mantendo altas taxas de juros e baixas taxas de inflação.


George Soros em foto atual 

Enquanto isso no meio da crise, George Soros, o bilionário húngaro norte-americano, 

  • aquele que afirma Teoria Geral da Reflexividade para o mercado de capitais de Karl Popper lhe rende uma imagem clara das bolhas de ativos do valor fundamental dos valores mobiliários, 

Considerou: “embora uma recessão no mundo desenvolvido seja mais ou menos inevitável, a China e a Índia, e alguns países produtores de petróleo estão numa vigorosa contratendência, tornando menos provável que a crise financeira internacional viesse a causar recessão global. 


No entanto - Soros continuou - a sua “consequência produziria uma realinhamento radical da economia mundial, com um relativo declínio dos Estados Unidos, e com a ascensão da China e de outros países do mundo subdesenvolvido”. Soros acertou em cheio!


Naquela época George Soros previu também, que o maior risco estava nas tensões políticas resultantes, inclusive no protecionismo norte-americano que, essas sim, poderiam lançar o mundo numa recessão global, ou algo pior. Mais uma vez outra avaliação acertada! 


Com isso, ponderou ainda,  “este quadro - pior que uma recessão global - poderia ser uma depressão econômica mundial, advinda da dramática deterioração do quadro daquela crise. Ponto! 


Veja bem: Aqui, com a ideia de “depressão econômica” estaria George Soros correto até que ponto? 


Lembrando que o crescimento chinês se manteve alto, (desde 2006, a China tem crescido a aproximadamente 10% ao ano) e os países que exportam para lá tendem a sofrer menos efeitos de crise econômicas. 


Afinal o Brasil é um grande produtor e a China é um grande importador. No final, em geral, após tudo isso considerou-se que o Brasil enfrentou bem a crise do subprime.


O presidente da Berkshire Hathaway, Warren Buffett, à esquerda, e o vice-presidente Charlie Munger se conhecem desde 1959 © Scott Morgan/Reuters

Quinze anos após … Em 2024 quais são os efeitos dessa crise no mercado financeiro? Veja bem 


Em 2023, o vice-presidente da Berkshire Hathaway, Charlie Munger, disse que os “bancos estão enfrentando ventos contrários por causa de seus empréstimos imobiliários à medida que os valores das propriedades caíram”.


Munger é vice-presidente da Berkshire, o conglomerado financeiro de Warren Buffett que tem uma longa história de apoio aos bancos dos EUA em períodos de instabilidade financeira - eles investiram US$ 5 bilhões na Goldman Sachs durante essa crise em 2007, e quantia igual no Bank of America.


Ele alerta desde o ano passado que “há muitas tentações em fazer as coisas erradas”, sobre empréstimos imobiliários comerciais 'maus' em bancos.


A crise em 2007 ocorreu com hipotecas das famílias, quinze anos após acena para os empréstimos comerciais nebulosos nessa entrevista: 


“Charlie Munger: Os bancos dos EUA estão ‘cheios’ de empréstimos imobiliários comerciais ruins

https://on.ft.com/3Le6pEq


Já agora em março,2024 o portal de notícias do mercado financeiro, alerta: 

Um problema de US$ 600 bilhões se esconde no setor imobiliário comercial, já que o Fed se restende quando cortar as taxas” - artigo de Joy Wiltermuth, no MarketWatch


Qual a causa dessa tempestade que se avizinha no mercado financeiro? Veja

  1. “A máquina de títulos e os bancos de Wall Street são responsáveis por grandes fatias de pelo menos uma parede de US$ 600 bilhões de dívida imobiliária comercial que vence este ano, de acordo com a MSCI.MSCI
  2. Proprietários com grandes contas vencidas em edifícios comerciais ouvirão atentamente o que o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, tem a dizer sobre as taxas de juros na tarde de quarta-feira”, de março.

Achando pouco? Que tal? Veja este artigo:

Diga adeus à era corruptora do dinheiro fácil

https://on.ft.com/4aSMYNi


O artigo é de janeiro, 2024 e o escritor é co-fundador e co-presidente da Oaktree Capital Management e autor de ‘Dominando o Ciclo do Mercado: Obtendo as Probabilidades do Seu Lado’


Pelo visto a “era do dinheiro fácil da corrupção” está com seus dias contados! Tic tac, Tic tac, Tic tac


É melhor os investidores sairem da “estratégia de bunda de charuto”, como diz Charlie Munger. Ele se refere a compra de ações baratas semelhantes a um charuto descartado, onde apenas um único sopro de valor permanece, em bom português é o mesmo que “tirar o seu da reta”. 


O historiador financeiro Edward Chancellor, deixa claro, há muitos aspectos negativos do chamado “dinheiro fácil”. A guerra começou! 





Imagens disponíveis e retiradas do Google 

Sites e links de pesquisas e compilação de textos além dos já indicados: 


https://www.marketwatch.com/livecoverage/fed-meeting-dow-futures-steady-ahead-of-monetary-policy-update/card/a-600-billion-problem-lurks-in-cre-as-fed-mulls-when-to-cut-rates-pB8ilqKU46CQIizzWPEG





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