Venezuela perde a “bagatela” US$ 1,95 bilhão das suas reservas de ouro nos cofres do Banco Inglaterra. Isso afetará o Brasil? Saiba mais
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Nicolas Maduro ao lado de Lula |
O conselho do Banco Central Venezuelano (BCV), do governo de Nicolas Maduro, perdeu na sexta-feira (30/06) o seu último apelo
O BCV contestou uma decisão anterior de que as decisões do tribunal superior da Venezuela não deveriam ser reconhecidas pelos tribunais ingleses no caso desse ouro. Contestou e perdeu
Advogados que representam o banco central venezuelano no processo disseram que agora será devolvido à Suprema Corte de Londres a decisão do que acontece a seguir.
Chocados alguns disparam:
👉🏻 Mas como isso é possível? O ouro é da Venezuela porque não devolvem?
👉🏻 Afinal todo esse ouro poderia vir em auxílio do sofrido povo venezuelano. Assustador não é? Pois bem
Vou explicar tin-tim por tin-tim toda essa controvérsia: Acompanhe a cronologia dos fatos
Todo esse ouro foi parar no Banco inglês durante a controversa “presidência da Venezuela” de Juan Guaidó que terminou no final de 2022.
Agora esse poder, ou seja oposição ao governo de Nicolas Maduro está sob a liderança de Dinorah Figuera exilada na Espanha, depois de escapar da Venezuela através da Embaixada da França em Caracas.
Tudo começa quando a Venezuela decidiu comprar a Corporação Petrolífera Citgo, uma empresa de Petróleo e Gasolina, Combustíveis, lubrificantes e petroquímicos
que tem seu quartel-geral em Houston, Texas EUA
A Petróleos de Venezuela, S.A. (PDVSA) em 1986 comprou 50% da Citgo e adquiriu o restante em 1993 tornando-se sua única dona.
Com isso a estatal venezuelana controlou 10% do mercado doméstico de petróleo nos EUA
Em outubro de 2010 o então presidente Hugo Chavez anunciou que a Citgo não dava lucro e decidiu vender por 10 bilhões de dólares. Não achou comprador
A Venezuela entrou em grave crise econômica, e partir da morte de Chavez em 2013, e o seu sucessor Nicolas Maduro, devido a diminuição de preço e sanções de petróleo - maior fonte de recursos da Venezuela - não conseguiu conter a depressão econômica e as suas variantes
Em plena crise, em 2015 o governo Maduro decidiu transformar a Citgo em títulos - por US$ 1,5 bilhão mais um empréstimo a prazo de US$ 1,3 bilhão a ser reembolsado em três anos e meio. A intenção era de pagar dividendos a estatal venezuelana PDVSA
Assim em 2016 a dívida externa da Venezuela com a China e a Rússia - dois aliados políticos - aumentou bastante forçando a Venezuela oferecer a Citgo como garantia para o empréstimo russo dando possibilidade de que o governo russo pudesse possuir a Citgo (uma empresa que abocanhava 10% do mercado americano). Avalie o susto da economia EUA
Já em novembro de 2017 por algum motivo não divulgado 6 funcionários da Citgo sendo 5 americanos foram presos durante uma reunião na sede na PDVSA a estatal venezuelana.
Em fevereiro de 2018 a Venezuela entregou à Rosneft (empresa russa de Igor Secchin forte aliado de Putin) a garantia de 49,9% da Citgo em troca de um empréstimo de US$ 1,5 bilhão
Os 50,1% restantes das ações da Citgo ficaram como garantias para os detentores da PDVSA.
Em resposta ao ato, em julho de 2018, os EUA revogou os vistos de trabalho do presidente da Citgo, Asdrúbal Chávez (primo de Hugo) e condenado-o a deixar o país em 30 dias
Já em janeiro de 2019, os EUA impôs sanções à PDVSA, congelando seus ativos e impedindo quaisquer empresas e cidadãos dos EUA de fazer negócios com ela. Afinal a sede da empresa Citgo ficava em solo americano ainda que a dona fosse a estatal venezuelana
Em fevereiro de 2019 a Citgo cortou todos os laços com a PDVSA e interrompeu os pagamentos colocando-os em uma "conta bloqueada”, ainda que o dinheiro pertencesse ao povo venezuelano para atender emergências sociais
Já em 2020 o então presidente Donald Trump recebeu o líder da oposição Juan Guaido no Discurso sobre o Estado da União de 2020.
Em represália a Venezuela decidiu transferir os 6 presos para as severas condições da prisão El Helicoide
A partir daí pudemos assistir a polêmica em torno de reconhecer Juan Guaidó como “o presidente da Venezuela” pelos governos estrangeiros
Atualmente a Rosneft russa e a estatal venezuelana PDVSA estão negociando a troca da garantia para evitar complicações decorrentes das sanções americanas.
Mas as negociações não parecem ter prosperado. Quem sabe todo esse ouro poderia ser devolvido aos russos
Enquanto isso um grupo de investidores dos EUA solicitou uma licença dos EUA para assumir o penhor da Citgo. Veem a Citgo como um ativo atraente que poderia facilmente se tornar altamente lucrativo (abutres)
Sob o plano de licenciar, nenhuma nova dívida seria emitida, os investidores reembolsariam o saldo do empréstimo pendente (?) e exigiriam que a Rosneft quitasse o penhor e atribuísse o empréstimo aos novos investidores.
Viu aí a confusão que envolve toda a pobreza da Venezuela?
Então o que poderá acontecer com os U$ 1,95 bilhão em ouro nos cofres do Banco inglês?
Ora, simples: A nova liderança da oposição Figuera, exilada na Espanha está aguardando ansiosamente aprovação para permitir a distribuição de fundos estrangeiros, especialmente aqueles localizados nos Estados Unidos
Enquanto isso o governo de Maduro quer vender o ouro, equivalente a cerca de 15% das reservas de moeda estrangeira da Venezuela, para financiar a resposta do país à pandemia e a grave crise econômica.
Toda história tem dois lados, em especial quando envolve corrupção e acintes à Democracia.
Qual é o corrupto e o corruptor? Decida você Eu particularmente não acredito nas “abas de um comunismo”, mas confio na justiça da Democracia
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