Eleições de 2026: o verdadeiro benchmarking político. Você sabe o que isso? Não? Esse texto é para você!
Na política, os padrões referenciais são os modelos de legitimidade, ética e ideologia que orientam a ação dos governantes e o julgamento da sociedade.
Historicamente, cada época definiu seu padrão de legitimidade: nas monarquias, o poder se justificava pelo direito divino; nas democracias modernas, pela vontade popular expressa no voto.
Ou seja, os referenciais mudam, mas sempre existe um marco moral e simbólico que sustenta o sistema político.
Toda política saudável precisa também de um padrão ético e institucional, baseado em princípios como:
• respeito às instituições,
• transparência e responsabilidade com a coisa pública.
Quando esses padrões se rompem — por populismo, autoritarismo ou corrupção — a política perde o norte moral e institucional.
Os partidos políticos também se estruturam sobre referenciais ideológicos:
o conservadorismo, guiado pela tradição e pela ordem;
o liberalismo, centrado no indivíduo e no livre mercado;
e o socialismo, fundado na justiça social e na igualdade.
Esses padrões organizam o debate público e moldam programas de governo.
No cenário internacional, as nações adotam modelos referenciais de governança: o europeu de bem-estar, o norte-americano de livre mercado ou o asiático de desenvolvimento estatal.
É o chamado benchmarking político, processo de comparar práticas e resultados entre governos para identificar modelos de excelência e adaptá-los à realidade nacional.
São exatamente esse padrões moldam alianças, reformas e políticas públicas — muitas vezes com base em comparações internacionais (benchmarking político).
O que é isso: benchmarking político? Bem vou explicar, vamos por parte.
Benchmark vem do inglês e quer dizer literalmente “ponto de referência” ou “marco de comparação”.
• Assim, benchmarking é o ato de medir o próprio desempenho tomando outro como referência.
No campo político, isso se traduz em observar governos ou sistemas considerados exemplares, para orientar reformas ou estratégias públicas.
No Brasil, os padrões referenciais sempre oscilaram:
• do patrimonialismo monárquico ao
• nacionalismo desenvolvimentista de Vargas e JK,
• passando pelo modelo tecnocrático do regime militar e
• chegando ao padrão democrático-constitucional pós-1988.
Apesar do imenso potencial econômico — marcado por recursos naturais, agricultura forte e indústria diversificada — o país ainda enfrenta inflação, desemprego e instabilidade cambial, fatores que enfraquecem sua credibilidade internacional.
E, diante de decisões políticas controversas, sobretudo ligadas à radicalização ideológica, o Brasil corre o risco de perder o mais valioso de seus ativos: seu padrão referencial de democracia, estabilidade e respeito aos direitos humanos.
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| Em resultado eleitoral nenhum candidato “tira coelho da cartola”. Tudo requer muito esforço e dedicação ao enfrentamento dos problemas sociais |
O objetivo é não reinventar a roda, mas aprender com padrões referenciais externos — adaptando-os à realidade nacional. Sendo assim,
Eleições de 2026: o verdadeiro benchmarking político
As eleições de 2026 devem se tornar um marco referencial sobre como a sociedade brasileira avalia as práticas de governo em cada estado e no plano nacional. O voto será o instrumento pelo qual o cidadão indicará quais modelos políticos e administrativos considera padrões de excelência — ou, ao contrário, experiências fracassadas.
O recente episódio envolvendo o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), ilustra bem essa questão. Após a megaoperação policial nos Complexos do Alemão e da Penha — descrita por ele como a maior dos últimos quinze anos — o debate sobre segurança pública reacendeu em todo o país. A ação resultou em mais de 120 mortos, incluindo quatro policiais, o maior número de agentes mortos em uma única operação na história fluminense.
Enquanto críticos classificaram a operação como genocida e eleitoreira, o governador defendeu a medida, alegando tratar-se de um problema de defesa do Estado diante de criminosos equipados como “narcoterroristas”. Castro buscou, inclusive, apoio de outros governadores alinhados à direita para discutir estratégias conjuntas e a possível classificação das facções como grupos terroristas.
De um lado, temos as ações dos governos; do outro, os cidadãos — observadores e avaliadores diretos desses resultados.
O verdadeiro benchmarking político será realizado nas urnas, quando cada eleitor, a partir da sua realidade e das políticas que vivencia, decidirá quais práticas públicas reconhece como eficazes, legítimas e dignas de continuidade.
Que os resultados eleitorais de 2026 tragam esse marco de comparação que tanto falta à política brasileira.
Imagens disponíveis e retiradas do Google



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