Incendiários políticos não devem dar sermão em bombeiros: relatoria da CPMI do INSS quer ganhos políticos, sem pensar nos prejuízos aos mais interessados: os aposentados. Será que Congresso vai blindar isso?
Incendiários políticos não devem dar sermão em bombeiros: relatoria da CPMI do INSS quer ganhos políticos, sem pensar nos prejuízos aos mais interessados: os aposentados. Será que Congresso vai blindar isso?
Para entender esse problema é preciso que o leitor percorra todo o “túnel do tempo” desse esquema. Vamos comigo, vou conduzir essa trajetória em 6 passos:
Passo 1
Relator da CPMI do INSS, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) fez questão de marcar presença na coletiva de imprensa organizada pela direção da federação União Progressista para oficializar o desembarque dos seus filiados do Governo Lula.
A nova federação União Progressista, é dona de uma das maiores bancadas do Congresso, com 109 deputados e 15 senadores, e decidiu que quem não entregar os cargos no governo petista estará sujeito a punições internas.
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Até então a ideia era essa! |
PP e União, ocupam dois ministérios na Esplanada: Celso Sabino (União-PA) no Turismo e André Fufuca (PP-MA) nos
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Ciro Nogueira, presidente do Partido Progressistas e da nova Federação União Progressista |
Os ministros Celso Sabino e André Fufuca têm prazo de 30 dias para deixar o governo.
Passo 2
Em 23 de abril, uma ação policial batizada Operação Sem Desconto desbaratou um esquema criminoso de escala inédita na Previdência Social. Em 34 cidades, 628 policiais federais cumpriram 211 mandados de busca e apreensão e 6 mandados de prisão temporária.
O esquema roubara uns 6 bilhões de reais de pelo menos 1 milhão de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O presidente Lula percebeu na hora o tamanho do estrago que o escândalo poderia causar ao seu governo, e ficou indignado.
O roubo nos pagamentos de pensões e aposentadorias não havia começado durante seu mandato, mas Lula entendeu de imediato que ele pagaria o pato.
Logo começou uma guerra de narrativas: o governo atual dizendo que os anteriores criaram um escândalo monumental, e a oposição dizendo que o governo atual permitiu que os velhinhos fossem assaltados todos os meses.
Algo nesse cenário é certo: três governos – Michel Temer, Jair Bolsonaro e Lula – deixaram que os beneficiários do INSS fossem saqueados ano após ano por uma vasta gangue que incluía gente de associações de aposentados até a mais alta cúpula do instituto.
Passo 3
Acontece que algo se torna evidente nesse caso:
- O único governo que decidiu apurar o “esquema criminoso de escala inédita na Previdência Social”, caracterizado como “o roubo dos aposentados”, foi o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Seu governo foi o único a tomar a iniciativa de investigar e desmontar esse esquema.
Enquanto as fraudes ocorreram em escalas menores nos governos anteriores, foi apenas com o governo Lula que houve uma apuração séria e abrangente.
- BBC News Brasil destaca que, “de acordo com a CGU e a PF, o esquema […] só foi investigado e interrompido no atual governo” (Lula), enquanto nos governos anteriores (Temer e Bolsonaro) houve apenas investigações pontuais em escalas menores.
- Um delegado da Polícia Federal declarou que “o esquema de descontos irregulares nos benefícios pagos pelo INSS só foi desbaratado porque houve vontade política do governo Lula”.
- O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou em audiência que as investigações começaram com auditorias do governo Lula, conduzidas pela CGU e PF, com o objetivo de coibir fraudes e corrupções no INSS.
Quem desejar conferir essas três vertentes pode fazer isso acessando os links no final do texto na sequência.
Passo 4
Por que mesmo após o esquema ter sido desbaratado, ninguém foi preso até agora?
- Diante de um prejuízo bilionário imposto aos aposentados, o silêncio das prisões contrasta com a gravidade do crime.
- Some-se a isso a lentidão do andamento das investigações: operações foram deflagradas, bens bloqueados e até uma CPMI foi instalada, mas as punições concretas ainda não chegaram.
- O resultado é a sensação de impunidade diante de um dos maiores escândalos da Previdência Social.
Mas não se deixe levar por esse sentimento de impunidade, pois será esse o bote da maioria dos opositores ao atual governo. Não se permita ser manipulado. Avalie fatos de forma correta. Siga até o próximo passo.
Passo 5
Antes de tomar sua decisão avalie, e questione: Qual o andamento atual das investigações?
Eis aqui um panorama sobre o andamento das investigações do esquema “roubo dos aposentados”:
- investigação envolve pelo menos 11 entidades, podendo chegar a 30, responsáveis pela maior parte dos descontos irregulares.
- Até 2 de junho de 2025, a Justiça Federal bloqueou bens no valor de R$ 23,8 milhões, incluindo empresas e pessoas investigadas. No dia seguinte, esse valor chegou a R$ 119 milhões, e até 12 de junho, os bloqueios somavam R$ 2,8 bilhões.
- O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu inquérito em junho de 2025, sob relatoria do ministro Dias Toffoli, o que sinaliza a provável existência de investigados com foro privilegiado — nome mantido em sigilo.
- Uma CPMI do INSS foi criada pelo Congresso em 2025 para investigar o esquema naquele nível, com o senador Carlos Viana eleito presidente da comissão em 20 de agosto.
É exatamente essa CPMI do INSS (indicada no item 4), cujo relator declarou desembarcar do atual governo unindo-se aos Progressistas para intensificar ofensivas e crescentes ataques contra o governo Lula. Se utilizarem a desinformação como é usual fazerem vão ter algum sucesso.
Diante disso não menospreze que TODO O ESQUEMA atravessou três governos e somente o governo Lula DECIDIU e AUTORIZOU a apuração do roubo. Confira:
Etapa | Situação Atual |
Identificação da fraude | Apuração em curso desde 2023; PF acionada em 2024 |
Operações policiais | Operações Caça ao Tesouro e Sem Desconto realizadas em 2025 |
Investigação judicial | Inquérito no STF ativo; bloqueios de bens de até R$ 2,8 bilhões executados |
Comissão parlamentar (CPMI) | Criada e presidida a partir de agosto de 2025 |
Ressarcimento aos aposentados | Em andamento — previsto até o fim de 2025 |
Controvérsias | Demora na resposta inicial; entidades envolvidas ainda integradas ao Estado |
Passo 6
Finalmente esse “desembarque”, em vez de passar firmeza, expõe a fragilidade de um grupo que não conseguiu se renovar e que pode ficar órfão politicamente. Já que Bolsonaro continua inelegível e parece que vai permanecer assim.
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Eleitores vão permitir isso? |
No final vão vender um discurso de lealdade cega ao bolsonarismo que, no fundo, denuncia medo e falta de preparo para enfrentar o cenário político como oposição de verdade.
O Brasil necessita de uma oposição política que trafega e navega em vias do interesse público e não de poucos interesses pessoais. O país precisa de consenso político, para daí extrair melhores resultados, não é de oposição obstinada sem viés de qualidade.
Quem sai prejudicado disso tudo é o cidadão e os principais interessados: os aposentados. Será que o Congresso sendo a “casa do povo” em ano pré-eleitoral vai deixar às cegas isso?
Imagens disponíveis e retiradas do Google
Sites e links de consultas, pesquisas e compilações parciais dos textos:
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/politica/apoio-do-relator-da-cpmi-a-saida-do-uniao-do-governo-acende-alerta-no-planalto/
sequência
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c74nkg9llyxo
https://pt.org.br/delegado-da-pf-detalha-como-o-governo-lula-desmontou-as-fraudes-no-inss/
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