Após o assassinato de Charlie Kirk, Trump pede ao Congresso que aprove mais US$ 58 milhões para segurança para proteger os poderes, no Brasil o Congresso dedica-se a uma missão peculiar: aprovar em tempo recorde a PEC da Blindagem.
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Charlie Kirk fala na Texas A&M University como parte da American Comeback Tour da Turning Point USA em 22 de abril de 2025, no College Station, Texas.
O que vemos e aprendemos é que as sementes da Direita crescem de forma organizada, sem se atrapalhar, aproveitando cada espaço disponível.
Nos dias que seguiram ao assassinato da figura conservadora de Charlie Kirk, o mais severo reflexo da atmosfera carregada em torno do assassinato dele foi esse:
Muitas instituições públicas, empresas privadas e algumas escolas dos Estados Unidos se moveram rapidamente para disciplinar e punir funcionários que foram vistos celebrando ou zombando de morte dele.
Alguns integrantes da direita, chegaram a pedir a punição agressiva de qualquer um cidadão americano visto tolerando seu assassinato.
Como exemplo dessa intolerância tivemos
- o ex-conselheiro do presidente Donald Trump e podcaster de direita Steve Bannon.
- Bannon pediu prisões em massa e uma repressão às universidades,
- Já o secretário de Defesa dos Estados Unidos Pete Hegseth orientou a equipe a identificar e punir funcionários que zombaram ou toleraram o assassinato de Kirk, disseram dois funcionários de defesa à NBC News.
Diante disso tá valendo perguntar: qual o motivo de tamanha polêmica em torno desse assassinato?
Uma vez que já vimos vários inocentes, inclusive estudantes e refugiados, covardemente assassinados nos últimos meses.
Por que tanta controvérsia em torno desse fato?
Para responder é preciso conhecer quem foi Charlie Kirk.
Kirk era uma das vozes mais proeminentes e polarizadoras da direita. Ele construiu seus seguidores amplificando a falsa alegação de que a eleição de 2020 foi roubada.
O grupo de Kirk criou uma Lista de Observação de Professores para "expor e documentar professores universitários que discriminam estudantes conservadores e promovem a propaganda de esquerda na sala de aula”.
Kirk aos 31 anos foi o cofundador de uma organização juvenil conservadora chamada Turning Point USA.
Essa organização sem fins lucrativos acabou se anexando à campanha presidencial insurgente de Trump em 2016 e mais tarde se tornou um gigante político.
Arrecadou centenas de milhões de dólares na última década, apresentando-se como a chave para atrair e construir uma coalizão de jovens conservadores em todo o país.
Como a orquestra toca em sintonia, seus comentários sobre raça, feminismo, direitos LGBTQ e imigração muitas vezes atraíram críticas afiadas, provocando protestos no campus universitários que visitou e tornando-o uma haste de iluminação para zombaria e inspiração.
Taí uma situação que jamais seria tolerada no Brasil.
Ser oposição e divulgar opiniões políticas diferentes é legítimo e faz parte da democracia, enquanto depreciar ou espalhar ódio contra minorias, no Brasil, é crime. Ainda bem.
Kirk na sua trajetória se tornou uma haste de inspiração para uns e de zombaria para outros, e foi fatalmente baleado em 10/09 durante um evento na Universidade de Utah Valley.
O que acontece após o tiroteio? Todos sabemos que a responsabilidade de apuração do assassinato é do FBI.
Assim desde o assassinato de Kirk até a prisão de um suspeito na sexta-feira, o atual diretor do FBI Kash Patel tomou medidas que deram motivos para algumas autoridades federais e locais levantaram questões sobre a sua atuação nisso, disseram as fontes.
Confira o desenrolar disso;
- Horas após o tiroteio na Utah Valley University, Patel jantou no exclusivo restaurante Rao's de Nova York, disseram duas fontes familiarizadas com seu paradeiro.
- Uma reserva no Rao's, no Upper East Side, é famosamente difícil de obter.
- Patel postou no X às 18h21 que “o assunto” no assassinato de Kirk estava “sob custódia”.
- Cerca de 90 minutos depois, às 19h59, ele postou uma mensagem de acompanhamento dizendo que o “sujeito sob custódia foi libertado após um interrogatório pela polícia”.
Não está claro se Patel estava no Rao's, que abre às 19h, quando ele publicou o segundo post. O restaurante não respondeu ao pedido de se manifestar sobre isso.
Quatro ex-altos funcionários do FBI disseram à NBC News que as postagens eram prematuras e desnecessárias.
O'Leary, um colaborador de segurança nacional da MSNBC, afirmou: “Eles precisam ter certeza de que o FBI e seus parceiros têm a situação sob controle, e isso é feito por meio de mensagens estratégicas precisas.”
- Um ex-funcionário sênior do FBI disse que “investigações não são um concurso publicitário” ou sobre “quem pode twittar informações primeiro”.
O que acontece no dia seguinte?
Com o suspeito ainda à solta, na manhã seguinte ao assassinato de Kirk, Patel e seu deputado, Dan Bongino, realizaram uma tensa teleconferência com agentes em todo o país.
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O diretor do FBI, Kash Patel, faz comentários durante uma coletiva de imprensa anunciando a prisão de um suspeito na morte de Charlie Kirk no dia seguinte ao assassinato |
Patel e Bongino disseram durante essa teleconferência - cheia de palavrões - que estavam sob intensa pressão para prender o assassino. Na oportunidade advertiu agentes em Salt Lake City por não terem compartilhado fotos do suspeito com ele antes.
Todo esse cenário sem controle culminou quando o diretor do FBI Kash Patel declarou online que “o suspeito” do assassinato estava sob custódia e o atirador não estava. Isso foi um deslize absurdo.
Para piorar as autoridades de Utah reconheceram que o atirador permaneceu à solta.
Com isso essa falsa garantia foi mais do que um simples “deslize”, destacou a incerteza de alto risco em torno da liderança de Patel no FBI quando as credibilidades - dele e a do FBI - estavam sob pressão extraordinária.
- O diretor do FBI agora vai enfrentar as audiências de supervisão do Congresso na próxima semana.
- Assim vai ter que encarar não apenas perguntas sobre essa investigação, mas dúvidas mais amplas sobre se ele pode estabilizar uma agência federal de aplicação da lei fragmentada por lutas políticas e agitação interna.
- Com base nesse assassinato de Charlie Kirk houve uma série de demissões, além de indignação à medida que as reações expõem profundas divisões nos bastidores da segurança dos Estados Unidos.
Após esse trágico episódio o governo Trump está pedindo ao Congresso que aprove mais US$ 58 milhões para segurança para proteger os poderes executivo e judiciário.
O pedido de financiamento aumentaria a segurança dos poderes executivo e judicial do governo.
Charlie Kirk foi uma vítima da supremacia do conservadorismo. Foi assassinado para justificar o aumento do volume de financiamento público para a área de segurança? Não temos como responder.
Tyler Robinson, estudante de 22 anos, foi acusado de assassinar o influenciador.
O cômico disso tudo é saber que a Promotoria estadual de Utah durante a audiência de custódia de Robinson, ao apresentar provas para justificar as sete acusações contra o suspeito, uma delas foi a que promotor Jeff Gray disse que Tyler Robinson deixou um bilhete “sob um teclado para que a colega encontrasse”.
Robinson: "Pare o que está fazendo, olhe embaixo do meu teclado."
(Ao olhar sob o teclado de Robinson, um bilhete dizia: "Tive a oportunidade de eliminar Charlie Kirk e vou aproveitar isso.")
Robison trocou essas mensagens com o seu colega de quarto acredite ou não, enquanto estava preso em uma delegacia de Orem [cidade de Utah].
Na troca de mensagem com seu colega de quarto Robison arremata - “Para ser sincero, esperava guardar esse segredo até morrer de velhice. Lamento por te envolver."
Para quem esperava “guardar segredo até a morte”, deve saber que computador e as coisas pessoais do suspeito, sem duvidas seria o primeiro lugar onde o FBI procuraria provas.
Confesso minha surpresa: um assassino, após praticar um crime desse calibre, simplesmente deixa um bilhete de confissão debaixo do teclado? É demais para minha cabeça! Ops.
Com avidez, taí uma “prova” fácil demais de encontrar! O FBI já teve dias muito melhores na condução de suas investigações. Dá até saudade da era Hoover — com todos os seus exageros, ao menos havia rigor.
Sobre o caso, Donald Trump correu às redes sociais para dizer:
“Ele vai ser considerado culpado, imagino, e espero que receba pena de morte.”
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A Estátua da Justiça para o Congresso Nacional |
Enquanto isso, no Brasil, a Direita dedica-se com entusiasmo inédito a uma missão peculiar: aprovar em tempo recorde a PEC da Blindagem, para dificultar processos criminais contra parlamentares.
Um cafezinho para a Direita dos EUA: por aqui, a turma já serve de bandeja
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Cafézinho é distribuído gratuitamente na Câmara dos Deputados e no Senado Foto: Wilton Junior/Estadão
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Imagens disponíveis e retiradas do Google
Sites e links de pesquisas, consultas e compilações parciais dos textos:
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cn821ryzl5ro.amp
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cgmzjkgk188o
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