O Apocalipse, a Loucura de Drake e as atuais condições climáticas o que tem a ver? Como o passado previu o futuro.

 Vamos começar por aqui: “Dados meteorológicos chineses mostram que 2024 foi o ano mais quente para o país desde que os registros comparáveis ​​começaram há mais de seis décadas, o segundo ano consecutivo quais marcos foram quebrados. (Para saber mais acesse o link  http://reut.rs/4gWwaHD

O site continua: 

“A temperatura média nacional foi de 10,92 graus Celsius (51,66 Fahrenheit) no ano passado, mais de 1 grau maior do que em 2023, de acordo com o weather.com.cn, um portal de serviços administrado pela Administração Meteorológica da China.” 

A temperatura global vêm aumentando a cada ano. Isso não é novidade! 

Embora muitos rejeitem a associação da teoria à realidade, no entanto devemos nos curvar ao passado distante para lembrar um “registro curioso das visões de um viciado em drogas”, segundo uma observação sarcástica de George Bernard Shaw. 

Diante desses fatos devemos evocar as visões de João um dos apóstolos de Jesus Cristo relatados em um livro concebido como profético: o Apocalipse de João ou Revelação? Veremos.

Apocalipse é um livro extremamente difícil de correlatar seu simbolismo profuso com eventos históricos. Essa dificuldade foi admitida até mesmo por Santo Agostinho e Martinho Lutero.(Confira 1-2 no fim do texto). 

Tratados e comentários baseados em textos do Apocalipse tem abastecido o fogo da inquietação social e política desde 1640. 

Até mesmo a teologia do arrebatamento pré-tribulacional foi popularizada extensivamente na década de 1830 por John Nelson Darby e os Irmãos de Plymouthutilizando a tradição milenarista de interpretação do Apocalipse. 

Exatamente diante da influência intensificada do livro na história humana devemos dar especial atenção às ideias inseridas nele como “proféticas”. Mas o que isso tem a ver com o atual aquecimento do nosso Planeta? Veja: 

Apocalipse foi escrito na última década do 1° século - 94-96 depois de Cristo. Ou seja no fim do reinado do Imperador romano Domiciano. Lembre-se que somente em 380 d. C, duzentos anos depois o Edito Tessalônico, do Imperador Teodósio, foi que proclamou o cristianismo religião oficial do Estado romano.

Quando ocorria o declínio das igrejas cristãs e a ascensão da seita dos nicolaítas, acentuando a perseguição dos cristãos, foi nesse período que o livro trouxe uma mensagem de esperança: “Deus está no controle da história humana, ainda que o mal e homens poderosos e perversos pareçam dominar, o final é sempre triunfante para aqueles que confiam em Deus.”

O livro relata que após a abertura do sétimo selo, sete anjos se preparam para tocar suas trombetas. 

Exatamente a quinta trombeta ao soar João relata: “… eu vi uma estrela caída do céu na terra. E foi-lhe dada a chave do poço do abismo. Ela abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como fumaça da grande fornalha, e, com a fumaceira saída do poço escureceu o sol e o ar.” (Apocalipse 9:1-2) 

O que isso tem a ver com as atuais condições climáticas com aquecimento da temperatura? Lembre-se que os registros históricos da utilização do petróleo remontam a 4000 a.C. 

Os povos da Mesopotâmia, do Egito, da Pérsia e da Judéia já utilizavam o betume para pavimentação de estradas, calafetação de grandes construções, aquecimento e iluminação de casas, lubrificação e até como laxativo.

Gravura do século XVI mostrando o extrativismo do betume (óleo da pedra - petroleum), em estado natural.

Mas foi em 1848, que o químico escocês James Young fez uso do petróleo natural na mina de carvão de Riddings em Derbyshire, na Escócia. Ele destilou pela primeira vez óleo adequado para lubrificar máquinas. Young é amplamente considerado como o "Pai da Indústria Petroquímica Moderna" 

Young, notou que o óleo estava pingando do telhado da mina de carvão e deduziu que de alguma forma se originou da ação do calor na costura de carvão e que poderia ser produzido artificialmente. 

James Young

Assim ele conseguiu destilar carvão da mina em baixa temperatura, o que produziu um fluido semelhante ao petróleo bruto. Ele descobriu que, por destilação lenta, ele poderia obter uma série de líquidos úteis, um dos quais ele chamou de "óleo de parafina" porque em baixas temperaturas congelava em uma substância semelhante à cera de parafina. Pronto aqui se originou o refino e as diversas utilizações do petróleo refinado. 

Certo, mas o que foi a “chave para abrir o poço do abismo”? Espere vou chegar lá. 

Edwin Laurentine Drake

Edwin Drake, norte-americano nascido em Nova York, de família de fazendeiros e trabalhando em ferrovias, percebeu que a mineração de petróleo (ou betume) a partir das exsudações naturais era muito lenta e pensou em cavar o solo para acelerar o processo. 

Não deu certo: já que as escavações eram facilmente inundadas por agua.

Ele então resolveu tentar a perfuração com um método que já se utilizava para obter sal (produzindo água salina e deixando-a evaporar). 

Comprou uma sonda, um motor e voltou ao local dos trabalhos petrolíferos. 

Utilizando uma coluna de tubos de diâmetro pequeno com isso evitando a invasão da água - logo a cética população de Titusville apelidou de a Loucura de Drake - em um sábado, 27 de agosto de 1859 a perfuratriz atingiu um reservatório e começou a produzir 10 barris por dia. 

Foi tão surpreendente que eles sequer tinham como armazenar: utilizaram barris de uísque e banheira de uma residência. Aqui nascia a indústria petrolífera. 

Mas e a “estrela caída do céu na terra, que deu a chave do poço do abismo?” Por que João viu e relata isso? 

Veja que a precariedade da 1ª perfuração que extraiu o petróleo das profundezas do solo em 1859, só ocorreu por conta da pouca profundidade do solo. De outra forma isso jamais teria acontecido. 

As condições que proporcionaram ao solo do Planeta uma menor profundidade em algumas regiões dos continentes, foi causada pela queda de “uma estrela do céu”. Veja:

“Segundo os cientistas, um cometa de 45 km de diâmetro colidiu com a terra a 250 milhões de anos atrás; esse cataclismo foi tão gigantesco que causou a rutura do continente gigante Gonduana. 

Gonduana foi um grande continente que incluía a maior parte das zonas de terra firme que hoje constituem os continentes do hemisfério sul. 

Como esse impacto foi descoberto? Exatamente por causa do petróleo. Equipes fazendo prospecção de petróleo no sul da Austrália retiraram amostras de rocha da região; essas amostras provaram a existência de uma grande cratera de impacto. Isso causou o desmembramento das zonas. 

Visão de reconstrução do Gondwana, centrada no Polo Sul 

Animação da divisão da Pangeia e de Gondwana

Sendo assim após décadas de uso global do petróleo e dos seus derivados despejados na atmosfera do Planeta Terra o que aconteceu? 

“A Terra não é mais azul: como a crise climática mudou a cor do planeta, diz uma reportagem no site Gizmodo.uol.com.(link abaixo)

Estudo realizado por cientistas americanos sugere que o aquecimento global está tornando os rios da Terra marrom esverdeados. Consequentemente, o planeta está perdendo sua cor majoritariamente azul quando visto do espaço. 

A pesquisa foi publicada no periódico científico Geophysical Research Letters.

Em outras palavras: “…com a fumaceira saída do poço escureceu o sol e o ar.”

Agora avalie um simples e inculto pescador, há 2 mil e 300 anos atrás tendo visões assim: 

É possível conferir sentido a elas? Como preservar e retratar até nós - 2 mil e 300 anos depois - as estruturas dessas visões tentando preservar como um “discurso vivo”?

É como revelou Joaquim de Fiore um abade calabrês do século XII que tinha uma paixão inigualável por Apocalipse: É “…a chave das coisas passadas, o conhecimento de coisas futuras; a abertura do que está selado, a descoberta do que está oculto” (3). O tempo linear provou que o abade tinha razão. 

De um ponto de vista moderno o livro de Apocalipse retrata um solitário leitor, isolado com o texto profético tentando conjecturar uma intenção ou a sua própria compreensão privada, e isso é ou não uma extravagância interpretativa? 

Seria um ultraje ao texto sagrado e profético? Deixo a resposta com o leitor. 

De restante as condições climáticas do nosso Planeta 🌍 estão quase insustentáveis. Isso é fato! 

1. Agostinho, Cidade de Deus, 20.7 e 9
2. Lutero, 1530, Preface, Deutsche Bíblia, pag.408
3. Exposition on Revelation (Exposição sobre a Revelação, fol.3r. Joaquim de Fiore

Imagens disponíveis e retiradas do Google 

Sites e links de pesquisas e compilação de textos 

https://www.economist.com/the-world-ahead/2024/11/18/the-gap-between-global-threats-and-american-power-will-grow-in-2025

https://agupubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1029/2022GL098925

https://gizmodo.uol.com.br/a-terra-nao-e-mais-azul-como-a-crise-climatica-mudou-a-cor-do-planeta/