A democracia norte-americana ameaça o planeta?

A democracia americana ameaça o planeta? Por que seria e onde reside essa ameaça? Quais as consequências para o Brasil?

Para responder essa pergunta, primeiro é preciso conhecer os bastidores desse cenário.


Desde as eleições americanas em mesas de gabinete, salas de reuniões e missões diplomáticas um tema de discussão ofuscou todos os outros. Qual foi? 


A vitória arrebatadora de Donald Trump e do Partido Republicano nas eleições americanas!


O resultado dará enormes poderes a um presidente impulsivo com crenças econômicas pouco ortodoxas e uma abordagem beligerante à negociação, Eita 


Líderes de governos e dos negócios em todo o mundo empenham-se para analisar as consequências -  tanto para a América e para o resto do mundo. Por que é assim? 

Porque a América, a maior economia do mundo, emite a moeda de reserva global e hospeda os maiores bancos e empresas do planeta. 

Sua escala, sua profundidade  é entrelaçada com a economia global e  isso significa que - aqui inclui o Brasil - mesmo pequenas mudanças políticas em casa podem ressoar muito além de suas margens.


Qual a causa desse efeito? O motivo disso é que Trump prometeu revisar os principais pilares da economia americana, do comércio e regulamentação à imigração. 


As políticas de Trump devem remodelar os fluxos de bens, capital e trabalho que irrigam a economia mundial. 


Isso criará alguns vencedores e muitos perdedores em todo o mundo.


Iniciamos com o fato que Trump é profundamente desconfiado do comércio. 

  • “A palavra mais bonita do dicionário é tarifa”, disse ele a um público de negócios em outubro. Ele defendeu um muro protecionista universal, com tarifas de 10-20% sobre todos os produtos importados, além de tarifas muito mais altas destinadas a poucos infelizes.

Ainda que isso não aconteça na integra Trump poderá, usar ameaças tarifárias para extrair concessões de amigos e inimigos. 


Ou implementar apenas uma fração do que ele propôs daria o maior aumento nas tarifas da América desde a década de 1930.


Quem o governo de Trump pode escolher para atingir mais? 

  • Trump e seus conselheiros são obcecados por saldos bilaterais. Qualquer país que registre um grande superávit comercial com a América, eles acham, deve estar enganando o Tio Sam. A lista de vilões é longa (veja o gráfico).


O primeiro alvo do governo Trump é o México afinal “As transferências chegaram a mais de US$ 60 bilhões no ano passado, superando a quantidade de investimento estrangeiro direto que o México recebeu.”. Alerta o site The Economist. Confere o gráfico: 


O presidente eleito deu a entender que cobraria uma tarifa de 60% em todos os produtos chineses, cinco vezes o nível médio atual.


Trump também ameaçou tarifas de 25% sobre a maioria dos produtos mexicanos,com carros sujeitos a impostos muito mais altos. Isso prejudicaria muito o México. O valor das exportações de bens do país para a América é equivalente a 27% do seu pib mexicano. Avalie o desastre 


A União Europeia também tem motivos para se preocupar. O bloco tem um superávit de comércio de mercadorias de cerca de US$200 bilhões com a América. 


O banco Goldman Sachs, prevê que novas tarifas podem reduzir 0,5% do pib da Europa, e é a Alemanha, a maior economia do bloco, que levaria o pior golpe. 


Enquanto isso outros países poderiam se encontrar na linha de fogo. Por exemplo o superávit comercial do Vietnã com a América atingiu US$ 100 bilhões no ano passado. 


Os do Canadá, Índia, Japão, Coreia do Sul, Suíça, Taiwan e Tailândia custam dezenas de bilhões de dólares.

Se um tsunami de tarifas se materializasse, poucos países prosperariam entre eles o Brasil. 


Países que bombeiam muito petróleo, que costumavam ter grandes superávits comerciais com a América, provavelmente estarão protegidos das tarifas porque, graças ao aumento da produção de xisto, o Tio Sam é um exportador líquido do material desde 2021.

Para onde vão as ações dos governos globais preocupados com a sustentabilidade, empenhados em reduzir a dependência econômica dos combustíveis fósseis? O Planeta Terra não tem plano b. 

Enquanto isso algumas empresas multinacionais acelerarão os esforços de realocação. 


Parece que a corrida já começou, Quer um exemplo? 

  • Steve Madden, uma empresa de moda americana, anunciou que mudaria seus locais de produção chineses para outro lugar. 
  • A Black & Decker, um fabricante de ferramentas, disse que fará o mesmo se Trump prosseguir com suas tarifas. 

As empresas que deixam a China podem ser tentadas a se mudar para o México, ou Sudeste Asiático e até mesmo para o Brasil. Por quê não? Nosso país pode oferecer vantagens competitivas. 


Diante de altas barreiras em pelo menos duas frentes - comércio e migração - parece ser o México a enfrentar maior dor econômica. 


Depois o novo governo Trump jogará mais areia nas engrenagens da máquina de exportação da China, agravando os problemas domésticos dos dois países. 


Em seguida além das tarifas, uma crescente lacuna transatlântica na carga regulatória poderia prejudicar a economia europeia.

  • No fim de tudo a certeza é: 
  • A realocação global de capital - a segunda grande mudança - já está em pleno andamento, mesmo que a posse Trump tem dois meses à frente. 

Os investidores esperam que sua proposta de combinação de cortes de impostos e desregulamentação aumente os lucros corporativos domésticos. O resultado disso? 


O S&P 500, um índice de grandes empresas americanas, atingiu novos recordes de 6 a 11 de novembro - enquanto as ações em todo o resto do mundo caíram cerca de 2%. Taí o resultado.

  • “Estamos em uma confluência extraordinária de forte desempenho econômico americano, fraqueza no resto do mundo e a probabilidade de um conjunto de políticas que turbinarão ainda mais o eus e seus mercados financeiros”, diz Eswar Prasad, da Universidade de Cornell. 

Mas não esqueçamos: as barreiras tarifárias podem funcionar como uma “faca de dois gumos”. Ops, e qual seria? Poduzir o desabastecimento e aumentar a inflação, já que nenhum país é por completo auto-suficiente nas necessidades do seu comércio interno.


A economia venezuelana altamente dependente já provou desses amargores. 


Sendo assim, livrando-se dessa “casca trumpista” esperamos que o Brasil, amparado na excelente gestão de Haddad atue no Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífico. 


E que Acordo é esse? Um acordo comercial entre nações das Américas e da Ásia, que continuou depois que o Sr. Trump se retirou dele durante seu primeiro mandato. 


Lembrando ainda que Acordos mais ambiciosos poderiam manter viva a chama do comércio internacional, esperando que a América retorne à mesa.


Afinal serão os cidadãos norte-americanos que vão provar do doce ou do fel das mirabolantes estratégias econômicas implantadas por Trump. 


Enquanto isso, nós brasileiros confiantes no atual controle “das rédeas econômicas” pelo Ministro Fernando Haddad - no rumo certo - assistiremos de “camarote” o resultado dessa escolha esmagadora dos eleitores norte-americanos. 


Já você acha que essa escolha vai no rumo certo? Quanto a mim, particularmente tenho minhas dúvidas. Risos 


 






Imagens disponíveis é retiradas do Google 

Texto adaptado e compilado do 

Os maiores perdedores da Trumponomics

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