Uma guerra silenciosa travada nos bastidores globais que abala as ideologias políticas: socialismo vs democracia quem vai dominar?


Israelenses protestam contra os planos do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de reformar o sistema judicial do país, neste sábado, 15 de julho de 2023, em Tel Aviv. — Foto: AP Foto/Ariel Schali


A partir do Século XX observamos mudanças paradigmáticas nas ideologias políticas 

A velha guerra entre a teoria marxista do comunismo exarcebada pelo leninismo de criar uma ordem socioeconômica estruturada sob ideais de igualdade, propriedade comum dos meios de produção e na ausência de classes (que gerou a Guerra Fria) 


Contra o soberania do capitalismo como o sistema econômico que se baseia na propriedade privada, no lucro e no trabalho assalariado, consolidando a burguesia. 


Tal guerra restou provando que a burguesia nenhum lucro leva disso. Noventa por cento (90%) dos indivíduos nas grandes metrópoles apenas lutam para sobreviver, enquanto 10% detém 76% da riqueza capitalista. É uma luta desigual 


Sem dúvidas essa guerra silenciosa que se iniciou no século passado jaz enterrada no atual ambiente global: a distinção entre o domínio político e aquilo que é do interesse social


Vemos que comunismo foi praticamente consumido pelas democracias em formas socialistas, já os regimes democráticos capitalistas mergulham em um desafiante caos social planetário (fome, imigrações, protestos, revoltas, golpes de estado e muito mais) 

Quer conferir como isso acontece? Vamos lá, veja esses fatos recentes: 

O milenar grupo étnico dos judeus descendentes das Tribos de Israel que hoje correspondem + de 15 milhões (censo 2019) da população global, sendo mais da metade deles (+9 milhões), abrigam-se numa democracia parlamentar definido como Israel, o  Estado judeu democrático 


A capital Jerusalém que já foi destruída pelo menos duas vezes,  sitiada 23 vezes, atacada 52 vezes e capturada e recapturada outras 44 vezes, segundo informam dados históricos ainda detém grande parte dos judeus (+62% da população professa o judaísmo) 


Em 1980 ( 20, agosto) o Conselho de Segurança da ONU com a Resolução 478 considerou Jerusalém um território palestino ocupado por Israel e mandou seus países membros retirarem suas embaixadas de lá, abrigando-as em Tel Aviv


Hoje o atual primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, no cargo desde dezembro de 2022 (ocupou também o cargo em 1996-1999 e de 2009-2021) enfrenta sérios problemas políticos-sociais 


Os planos políticos de Netanyahu que os críticos chamam de autoritarismo vem produzindo meses de protestos sem precedentes 


A intenção do seu governo de reverter os poderes da Suprema Corte - que funcionam como controle sobre o governo  - recebeu forte rejeição de opositores que dizem: a democracia de Israel está em perigo! 


Já os apoiadores do governo alegam que “as mudanças são necessárias para manter o equilíbrio entre os ramos do governo”


Enfim a confusão está tamanha que as forças israelenses conhecidos como Forças de Defesa de Israel (IDF) vêm recebendo aumento expressivo nos pedidos para se abster do serviço militar



Militares israelenses cantam juntos enquanto assinam a promessa de suspender o serviço militar voluntário se o governo aprovar a legislação de revisão judicial perto do Ministério da Defesa em Tel Aviv,

O que antes era um orgulho dos judeus, o exército  israelense “lutou várias grandes guerras com os estados árabes após a declaração de Israel em 1948


Em tempos mais recentes, lutou contra adversários apoiados pelo Irã, como o Hezbollah no Líbano.


E as suas operações em andamento incluem ataques contra militantes palestinos na Cisjordânia ocupada por Israel, onde a violência vem aumentando há mais de 15 meses.”, afirma artigo da Reuters ,

Tudo isso atualmente é motivo de rejeição para os judeus 


O exército israelense já admitiu que danos podem ocorrer gradualmente, caso essa massiva adesão de abstenção continue 


O governo de Netanyahu diz que não vai ceder aos protestos enquanto tenta aprovar a proposta:

  • coloca a escolha dos juízes da Suprema Corte nas mãos do Parlamento de Israel;
  • propõe que as decisões do Judiciário possam ser sobrepostas às decisões do Parlamento, que é ultraconservador, diz o site do G1

O país está praticamente parado pelos protestos e Netanyahu foi recém hospitalizado com sintomas de desidratação 


Já do outro lado do mundo, Joe Biden presidente dos EUA, o país considerado o guardião da democracia, recebe na Casa Branca a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni


Seria só mais uma visita diplomática caso Meloní não tivesse chegado ao poder com uma coalizão de direita ultraconservadora marcando posição contra o aborto e direitos LGBTQ 


Totalmente contrária às políticas de Biden, um democrata que usou exatamente os resultados das eleições italianas como um alerta os colegas liberais sobre os perigos enfrentados pelas democracias mundiais.



A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, realiza sua coletiva de imprensa de fim de ano em Roma, Itália, em 29 de dezembro de 2022. REUTERS/Guglielmo Mangiapane/Foto do Arquivo


Tem pior: Meloni ainda se encontrou com  Kevin McCarthy, o presidente republicano da Câmara dos Representantes, que ameaça considerar um inquérito de impeachment sobre Biden.


Interessante isso não é? Seria, se não tivesse por trás disso tudo o interesse americano de aprovar a Itália como a próxima presidência do G7 em 2024 


O G7 pretende arrecadar US$ 600 bilhões para combater o programa Cinturão e a Estrada da 🇨🇳 China 


Tem mais Biden reacendeu interesse pela Itália depois da China  ter conseguido adesão da Itália a esse plano, uma infraestrutura chamada também de Iniciativa Cinturão e Rota (BRI) de Pequim,



Joe Biden participa de um almoço de trabalho com outros líderes do G7 para discutir a formação da economia global no Pavilhão de Yoga, Schloss Elmau em Kuren, Alemanha, em 26 de junho de 2022. Kenny Holston/Pool via REUTERS

Washington tem trabalhado arduamente para combater esse programa 


O que é esse programa: BRI ou Belt and Road? 

Belt and Road é uma estratégia global de desenvolvimento de infraestrutura adotada pelo governo chinês em 2013, uma peça central da política externa do líder chinês Xi Jinping


Em agosto de 2023, 155 países foram listados como tendo se inscrito na BRI. Os países participantes incluem quase 75% da população mundial e representam mais da metade do PIB mundial


Segundo consultores Centre for Economics and Business Research, com sede em Londres, é provável que a BRI aumente o PIB mundial em US$ 7,1 trilhões por ano até 2040, e esses benefícios serão "difundidos" à medida que a melhoria da infraestrutura reduzir "fricções que detêm o comércio mundial"

Quais são essas fricções ou atritos

Para especialistas o Cinturão e Estrada chinês (Belt and Roat) são planos mais ambiciosos e vão além da mera “infraestrutura rígida.”


A China planeja criar tribunais internacionais, em Shenzhen e Xi'an, o antigo centro da Rota da Seda original, para resolver disputas comerciais relacionadas ao programa Belt and Road


Seria um veículo para a China escrever novas regras, estabelecer instituições que reflitam os interesses chineses e remodelar a infraestrutura 'suave'. Avalie ameaça à soberania comercial americana! 

Quanto a China já investiu no Belt and Rote? 

Para as 70 “economias do corredor” da BRI (excluindo a China), os projetos em todos os setores que já estão executados, em implementação ou planejados são estimados em US$575 bilhões, divulga o site do Banco Mundial 


Ultimamente a China praticamente paralisou os investimentos porque muitos dos governos democráticos beneficiados canalizaram os “fáceis recursos” para a corrupção deixando de investir nos produtos finais do programa. E agora precisam de mais dinheiro socialista para satisfazerem seus “interesses democráticos corruptos”


É uma guerra de bilhões. A democracia americana combatendo o crescimento dos tentáculos socialista da China 

É uma bela e empolgante briga para acompanhar.


Enquanto isso a China, socialista assegura a Rússia - com quem mantém um Tratado da Amizade, e é o maior país do mundo - e se intitula, também, uma democracia, que “mantém uma posição imparcial sobre a guerra contra a Ucrânia”


Podemos conferir que as dificuldades financeiras tiram a liberdade, mas não excluem os regimes políticos 


Concluído, o atual sistema político global traz no bojo a ideia de hierarquização entre os Estados adequada às suas capacidades políticas, militares e financeiras. Essa é a nova identidade política global 

O resto é só balela













Imagens disponíveis e retiradas do Google 

Sites e links de pesquisa e compilação dos textos 



https://www.reuters.com/world/china-tops-agenda-biden-welcomes-italys-meloni-washington-2023-07-27/


https://www.reuters.com/world/refile-us-aims-raise-200-bln-part-g7-rival-chinas-belt-road-2022-06-



https://www.reuters.com/world/middle-east/israeli-reservists-say-they-are-fighting-its-democracy-2023-07-26/


https://g1.globo.com/mundo/noticia/2023/07/15/israel-tem-novos-protestos-contra-a-reforma-judicial-do-pais.ghtml


https://www.reuters.com/world/middle-east/arabs-israel-stay-sidelines-raging-democracy-battle-2023-07-26/


https://www.theguardian.com/cities/ng-interactive/2018/jul/30/what-china-belt-road-initiative-silk-road-explainer



Nedopil, Christoph (2022)." Países da Iniciativa Cinturão e Rota". Centro de Finanças e Desenvolvimento Verde, Universidade Fudan FISF, Xangai.


https://www.worldbank.org/en/topic/regional-integration/brief/belt-and-road-initiative

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