A extrema-direita Argentina da coerência que despertou polêmica no BRICS. Conheça a guerra travada entre a China vs EUA
Para início de conversa primeiro é preciso destacar que o homem NÃO controla a natureza, apenas a economia já que é um processo que ele criou |
Lembrando disso a questão é: Enquanto o BRICS liderado pela China que decretar o fim dólar-dependência, no comércio mundial
Já no Bloco Sul a Argentina parece trilhar um caminho inverso: a moeda do país poderá ser abolida dando vez ao dólar e seu Banco Central eliminado.
Quem promete isso é Javier Milei, o candidato vencedor das primárias argentinas - uma espécie de termômetro indicativo quem vai vencer as eleições - arrebatando 30% dos votos com tais promessas radicais que parecem ganhar a simpatia dos eleitores argentinos
Milei é economista, professor e deputado, líder da coalizão política de extrema-direita La Libertad Avanza.
Vamos aos fatos
“No início do século XX, a Argentina era o 10º país mais rico do mundo em termos per capita.
Reza a lenda que, naquela época, a expressão “tão rico quanto um argentino” era comum e frequentemente utilizada por aristocratas britânicos que tentavam casar suas filhas com argentinos ricos.
Os investimentos estrangeiros eram livres e diversificados, oriundos da França, da Alemanha, da Bélgica e, majoritariamente, da Grã-Bretanha. Indústrias e ferrovias foram construídas com capital estrangeiro. Os altos salários atraíram imigrantes, principalmente italianos, espanhóis, alemães e franceses”, diz um dos sites de notícias consultado
Desde o início do século, usufruindo de instabilidade financeira e bancária, ainda assim retornou ao padrão-ouro e, durante 14 anos, cresceu a uma taxa anual de 7,7%.
Não foi à toa que a cúpula nazista escolheu a Argentina como porto seguro pós-derrota na Segunda Guerra
Completando a ideia da riqueza a Argentina foi o único país do mundo a ter uma filial da famosa loja de departamentos Harrods, de Londres, pois era até então, um dos mais estáveis e sólidos países do mundo.
Hoje a loja da Harrods é desativada e o grupo Harrods pertence a Qatar Holding que também é o dono do clube de futebol Paris Saint-Germain FC
O sucesso da Copa do Mundo da Argentina contrastou com os problemas da taxa de câmbio
O sucesso da Copa do Mundo da Argentina contrastou com os problemas da taxa de câmbio, existem uma dúzia de taxas de câmbio diferentes, dependendo de quem quer acessar a moeda dos EUA e por quê.
Para a taxa oficial, você precisa de 287 pesos para comprar um dólar, mas só pode comprar US$ 200 por mês, custeando altos impostos
Atualmente a Argentina enfrenta uma inflação de 115% anuais e mais de 40% da população estão na pobreza (dados de 2017)
Estupefatos alguns disparam; como isso pode acontecer? Calma aí, vou explicar
Em 1991 a Argentina lançou o ambicioso Plano de Conversibilidade apoiando o valor de 1 peso a 1 dólar, nos cofres do banco central.
Era tentativa de controlar a inflação que os governos anteriores haviam alimentado imprimindo dinheiro.
A ideia central era dizer às pessoas que poderiam trocar seus pesos por dólares com o tempo elas decidiriam que não precisavam.E por um tempo, fez o trabalho.
Mas vieram efeitos colaterais que levaram a um colapso econômico catastrófico em 2001-02.
A Argentina basicamente terceirizava sua política econômica para Washington, bloqueando-se em um regime monetário que não lhe dava flexibilidade.
Engessados os argentinos, deixaram sua dívida pública sair do controle, ao mesmo tempo, sofriam com os altos e baixos da economia dos EUA.
Os vários governos protecionistas da esquerda, buscando apoio populista embarcaram na ideia de dificultar a compra de dólares.
É difícil escapar do dólar americano na Argentina
O efeito foi contrário: a fome do público por dólares continua e todos argentinos aceitam alegremente o dólar como pagamento de bens e serviços.
Isso faz com que a dolarização pareça desejável, talvez até inevitável
Não muito longe daí o mais poderoso vizinho dos argentinos o Brasil também fez isso - um real valendo um dólar - quando em 1993, lançou o Plano Real
No entanto o Brasil mostrando a eterna capacidade brasileira de driblar as regras, deu-se espaço de manobra.
O plano acertou quando permitiu que o valor do real flutuasse, dentro dos limites, em relação ao dólar.
Muitos outros fatores econômicos e culturais ajudaram o Brasil a não desenvolver a mesma desconfiança dos bancos e desejo pelo dólar
Por isso os resultados econômicos foram tão diferentes
Hoje o câmbio brasileiro ordena com menos de R$ 5 reais para 1 dólar, enquanto na Argentina…
No contexto mundial a ideia de ampliação do Brics passou a ser defendida abertamente por lideranças chinesas
Além dos membros iniciais do grupo do BRICS, agora fazem parte do banco os Emirados Árabes Unidos, o Egito e Bangladesh. A adesão do Uruguai ainda está em análise.
“A China está preocupada em ampliar o Brics para manter um espaço onde ela consegue ter voz. Quanto mais países houver no grupo, maior a zona de influência da China", disse a diretora do think-tank BRICS Policy Center, Ana Garcia Saggioro.
✔️ O grupo foi criado formalmente em 2009, representa 23% do PIB mundial e 42% da população mundial.
O movimento chinês coincide com o momento em que as relações entre a China e os Estados Unidos estão estremecidas.
Parece que Javier Milei é a resposta dos EUA a essa tentativa dos chineses de espancar a hegemonia do dólar aqui no Bloco Sul
Já o Brasil vê com cautela o aumento no número de países membros do Brics. Veja
👉🏻A uma, isso pode resultar em uma diluição da influência do Brasil sobre o grupo que ele mesmo ajudou a fundar.
👉🏻A duas, não faria sentido o Brasil se empenhar em criar um fórum alternativo à hegemonia americana para, posteriormente, ficar sujeito à hegemonia chinesa.
Brasileiros sempre com “um pé atrás”
Quem venham conflitos econômicos hegemônicos: nós somos o mocinhos afinal que importância tem o mundo todo ser nosso, se não for um lugar bom de se viver? Temos a Amazônia e os Aquíferos
Imagens disponíveis e retiradas do Google
Sites e links de consulta e compilados
https://www.moneyreport.com.br/economia/cambalache-a-historia-do-colapso-economico-da-argentina/
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cw9gjy219p2o
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c4nwknwzgjpo.amp
https://g1.globo.com/google/amp/mundo/noticia/2023/07/20/22-paises-querem-ingressar-no-brics-diz-africa-do-sul.html
https://www-bbc-com.cdn.ampproject.org/c/s/www.bbc.com/news/world-latin-america-66507826.amp
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