O mistério das altas taxas de juros e como isso afeta no seu bolso. Saiba mais sobre essa guerra silenciosa

Ministro da Fazenda Fernando Haddad
e o Presidente do Banco Central
 Roberto Campos Neto 

No dia 28 de junho, 2023 os Chefes dos principais Bancos Centrais do PlanetaFederal Reserve dos EUA, do Banco Central Europeu e do Banco da Inglaterra - reunidos numa Conferência em Sintra, Portugal surpreenderam o mundo alertando que as taxas de juros estão de prontidão para continuarem altas e com possibilidades de aumentarem ainda mais 

O motivo? Alegam que os apertados mercados de trabalho (desemprego associado a falta de qualificação para as vagas existentes) produzem aumentos de salários e reflexos nas altas de preços (inflação

Disseram eles que adotarão as ações necessárias - ainda que seja aumentar as taxas de juros - para manter a meta de inflação no patamar de 2%. Alguns economistas foram contra o aumento sucessivo das taxas de juros alertando o risco de crises financeiras e recessão. 



Enquanto isso aqui no Brasil o cenário é de pânico com a aprovação da Reforma Tributária (novo arcabouço fiscal). e alguns ainda aterrorizam alegando “aumento de impostos” associado à pressão do Governo Federal no Banco Central para reduzir as altas taxas de juros (Selic) que pulou de 6,5% em junho de 2019 para 13,75% em junho de 2023


E o BC já divulgou não ter intenção de baixá-la. Confira no gráfico abaixo disponível no site do Banco Central


Ora, como tudo isso - cenário global e nacional - afeta o seu bolso? Para ter um melhor entendimento disso, primeiro precisamos voltarmos às origens do dinheiro, o local onde tudo começou. 

O dinheiro foi inventado pelo deus romano Jano. Já reparou que as moedas e cédulas tem sempre duas faces? Pois é, ele também representado assim. Veja 

Jano, busto nos Muses do Vaticano 

Foi Jano o primeiro a cunhar moedas de bronze, é o deus retratado por duas cabeças - passado e futuro, entrada e saída - aquele que fechou as portas e é o responsável por elas. 

Por isso todo dinheiro que conhecemos hoje possui duas faces. Sabendo disso veja que todo dinheiro tem custo, ou ele é cara ou coroa - é fácil ou é caro - ao ser caro você tem que pagar a mais para tê-lo. Aqui entra as taxas de juros 

Os economistas acreditam que o dinheiro fácil e abundante favorece o consumo, comprando mais, vamos produzir inflação (ou aumento de preços) 

Assim eles acreditam que controlamos isso, tornando mais difícil o acesso ao dinheiro (cobrando mais juros para obtê-lo). Entendeu? Aí está a polêmica das taxas de juros, é aquilo que você paga ao “alugar” o dinheiro por um tempo fixado. 

Ao dificultar esse acesso (aumentando a taxa de juros) o resultado pode controlar a inflação, mas isso pode trazer outras consequências, tais como dificuldades financeiras e recessão (tipo empacar o mercado econômico: sem dinheiro não há consumo, sem consumo não tem vendas, sem vender as indústrias param) 

Ora, os aflitos vão dizer: - se é assim o nosso Banco Central está agindo certo em manter as altas taxas de juros”. Epa, pense um pouco mais, vamos “abrir bem as portas” para o sábio Jano explicar, é ele o deus do “passado e o futuro”, lembra? 

Para entender vamos comparar as taxas de juros globais, do mundo todo. Veja o gráfico


Qual é a maior? A taxa do Brasil 🇧🇷, reparou? 

O único país que nos supera é a Turquia, no entanto, a inflação lá é de quase 48% anual embora venha desacelerando nos últimos meses 

Já a inflação do Brasil quanto é? A média para 2023 é de 5,06%. Cravou a diferença? 

Já a inflação dos outros países como está? Vamos nos fixar nos países reunidos em conferência no início do texto, veja :

 “A inflação da zona do euro é de 6,1%, em comparação com 4% nos EUA e 8,7% no Reino Unido”. 
Todas semelhantes ao nosso patamar 

Agora compare as taxas de juros desses Bancos Centrais na sequência: 
👉🏻 vai de 3,25% na zona do euro,
👉🏻 passa pelos 5,25% do FED EUA
👉🏻 chega a 5% na Inglaterra. 

Encontre agora uma justificativa para a nossa taxa de juros ser a mais alta do mundo com índice de inflação que temos. Tem? Não tem! 

A taxa de juros da China, a maior compradora dos nossos produtos exportados vem desacelerando nos últimos meses, caiu para 3,5%

Sabe o que poderá acontecer? Com crédito empacado por altas taxas de juros, dinheiro cada dia mais inacessível os nossos produtores-exportadores terão mais dificuldades, enquanto isso os compradores chineses terão mais facilidades de crédito querendo comprar mais, e o conflito será óbvio, 

Sem aumento das ofertas causadas pelas dificuldades de crédito (aluguel de dinheiro) associado a maior demandas (querer comprar mais), o que restará é precificar (aumento do pouco que teremos para vender). 

Diante desse cenário quem vai comprar? Se mundo afora outros exportadores oferecerão o mesmo produto por igual preço do ano anterior? Sem vender mais, com crédito cada mais difícil, com a oferta escassa os preços vão disparar. Taí o resultado a médio prazo

Países têm suas taxas de juros proporcionais a sua taxa de inflação, ou seja a “porta se abre para o futuro olhando o passando”(Jano), já no Brasil não é assim! 

Quem vai ganhar esse conflito? Isso não importa porque enquanto esse conflito existir quem perde somos todos nós, os cidadãos. 

É cara ou coroa? 

Daí a César, o que é de César “
Já ao povo daí o direito de escolher o 
futuro econômico do País,
com menores taxas de juros 










Imagens disponíveis e retiradas do Google 
Sites de pesquisa e compilação de textos:



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