As ideias ultrapassadas da extrema-direita impedem os avanços da ciência e causam um global problema climático

Primeiro vamos avaliar os motivos da União Europeia tomar decisões extremas para conter o aquecimento global

👉🏻 Dos seis continentes da Terra a Europa é segundo {2º) menor, perde apenas para Oceania 

👉🏻 A Europa ocupa ainda o 4° lugar como o continente mais populoso do Planeta, perdendo para outros nessa ordem: Ásia, África e Américas. De cada 100 habitantes da Terra 11 vivem na Europa 

👉🏻 Com sua superfície de 10.180.000  km² o que corresponde a 6,8% de toda área do Planeta acima do nível do mar,  numa simples comparação a superfície do Brasil é de 8 515 767,049 km². (Viu aí? Somos quase um continente em extensão territorial)

Como o “aquecimento global” traz junto os perigos do aumento do nível do mar, veja o seguinte:

O zero hidrográfico mede a profundidade de portos e barras costeiras, por isso ele é o nível médio do mar. Certo? 

Mas, o que isso tem a ver com a superfície dos continentes? Calma, vou explicar 

A superfície da terra não é esférica, por efeito do achamento polar, assim como também as superfícies dos oceanos não são regulares, isso se deve 

👉🏻 à existência de montes submarinos, 

👉🏻 as diferenças na densidade da crosta e do manto, 

👉🏻 a profundidade dos mares como também 

👉🏻 a proximidade das costas marinhas 

tudo isso causam subidas e descidas do nível do mar e resulta em especial na diferença do campo gravitico da Terra, 

Daí quando as águas oceânicas aquecem mais do que deveriam, ou esfriam com rápido derretimento dos gelos glaciais e sabemos que o ar quente tende a subir e a dilatar-se, enquanto o ar frio se mantém e contrai, o resultado é:

As superfícies mais próximas do nível do mar tem tendência maior a sentirem rapidamente os efeitos do aquecimento global, aqui entra a Europa

Nessa ordem, cientistas afirmam como não há capacidade física humana para proteger contra o aumento do nível do mar, o recurso é controlar os níveis do aquecimento global. A Europa corre contra o tempo 

Cientistas climáticos afirmam “Europa está aquecendo mais do que o dobro da média global, e dois terços do continente, incluindo a Itália, foram atingidos pela pior seca em pelo menos 500 anos”. Tem mais 

“Tendo acabado de passar por um segundo inverno quente e seco, o norte da Itália já está sofrendo solos secos que ameaçam as culturas de arroz e trigo deste ano. As moradias de aluguel na Toscana já foram instruídas a manter suas piscinas vazias neste verão em antecipação a condições de seca ainda mais”

primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, 

Ainda que a totalidade da União Europeia esteja a empenhar-se com ferocidade na adoção de ações e medidas urgentes para combater o ciclo do aquecimento global o novo governo italiano sob a líder da extrema-direita Geórgia Meloni investiu numa empreitada aos valores a alimentares tradicionais: 

A Itália foi o primeiro país no mundo a propor proibir a produção e comercialização de carne cultivada - carnes cultivadas a partir de células-tronco em um biorreator (cultivador) 

“O projeto de lei, que visa impedir que alimentos não convencionais apareçam nas mesas italianas, sugere uma multa de até US$ 65.000 por violações por varejistas ou produtores. 

Não importa o fato de que a carne cultivada é uma tecnologia nascente, anos, se não décadas, longe da disponibilidade do mercado de massas”

Desde o final de 2022, várias empresas líderes em carne cultivada estão fazendo a transição para instalações em escala piloto que fabricarão a primeira onda de produtos comercializados após a aprovação regulatória 

Outros países estão em vários estágios de desenvolvimento de estruturas regulatórias para permitir a venda de carne cultivada. Nesse cenário o governo italiano de extrema-direita se antecipou com o projeto de lei proibindo que esses alimentos não convencionais apareçam nas mesas italianas 

O que é carne cultivada?

A carne cultivada, também conhecida como meat cultivated é carne animal genuína (incluindo frutos do mar e carnes de órgãos) que é produzida cultivando diretamente as células animais. Este método de produção elimina a necessidade de criar e cuidar de animais para alimentação, como método sustentável o meio ambiente só tem a ganhar 

A carne cultivada é feita dos mesmos tipos de células que podem ser dispostas na mesma estrutura ou semelhante aos tecidos animais, replicando assim os perfis sensoriais e nutricionais da carne convencional.

“Proibir a carne cultivada e outras alternativas de proteína antes mesmo que a indústria continue corre o risco de reduzir a pesquisa vital sobre fontes de alimentos sustentáveis quando é mais vital”,  diz Alice Ravenscroft, chefe de política europeia do Good Food Institute, um grupo de defesa de proteínas alternativas

O projeto de lei apresentado ao Senado italiano em 27 de março, por Francesco Lollobrigida, ministro da Agricultura e Soberania Alimentar da Itália, na oportunidade ele sugeriu que os chamados alimentos “sintéticos” eram uma ameaça aos pequenos produtores de alimentos, ao meio ambiente, à cultura alimentar italiana e até mesmo à saúde humana. 

No entanto, o frango cultivado produzido pela startup californiana Good Meat está disponível em Cingapura desde 2020. 

Tanto a Good Meat quanto a rival da Califórnia Upside Foods passaram com sucesso na rigorosa revisão de segurança pré-mercado da Food and Drug Administration - FDA dos EUA 

A Autoridade de Segurança Alimentar da União Europeia diz que carne e frutos do mar cultivados “podem ser considerados uma solução promissora e inovadora ... para sistemas alimentares justos, seguros, saudáveis e ecologicamente corretos”

Mesmo que o projeto de lei de Lollobrigida seja aprovado pelo parlamento italiano, ele não seria capaz de proteger as mesas de jantar italianas de futuras importações de carne cultivada produzida em outros lugares da Europa, uma vez que passem pela aprovação regulatória da UE, devido às suas leis comerciais

Palazzo Pallavicini Rospigliosi sede da Coldiretti 

No entanto a proposta tem forte apoio da Coldiretti, uma associação de agricultores convencionais de 1,7 milhão de habitantes da Itália, que veem a seca como maior ameaça ante o desafio da carne cultivada 

A miopia gastronacionalista de Meloni pode apelar para o voto agrícola no país obcecado por comida, como é a Itália, mas se aprovado em lei, pode acabar exacerbando a maior ameaça ao sistema alimentar da Itália: as mudanças climáticas.

A indústria de carnes cultivadas cresceu para mais de 150 empresas em 6 continentes a partir do final de 2022, apoiada por US$ 2,6 bilhões em investimentos, cada uma com o objetivo de produzir produtos de carne cultivada. 

Nas próximas décadas, prevê-se que a carne cultivada e outras proteínas alternativas tomem uma participação significativa da indústria convencional de carne e frutos do mar de US$ 1,7 trilhão. 

Produzida usando energia renovável, reduzirá as emissões de gases de efeito estufa em até 92% e o uso da terra em até 95% em comparação com a carne bovina convencional

Estamos diante de um novo paradigma para a fabricação de produtos de carnes de commodities em escala industrial 

A carne cultivada é apenas uma das várias respostas para a questão de como alimentamos o mundo em um planeta em aquecimento. 

A agricultura animal é um dos piores infratores do clima, responsável por 14% das emissões globais de carbono. Enquanto a produção da carne cultivada requer menos água deixando-a mais para outras culturas e piscinas 

Os inovadores terão que trabalhar lado a lado com os tradicionalistas para resolver a sustentabilidade. 

Este não é o momento de favorecer um em relação ao outro em busca de ganho político. Prática política corriqueira, mas danosa da extrema-direita 

Imagens disponíveis no Google 

Sites de pesquisa e links de compilação de alguns trechos do textos 

Para uma discussão mais aprofundada do impacto da subida do nível médio do mar veja este artigo na página da Universidade de Harvard (em inglês)

http://cfa-www.harvard.edu/space_geodesy/SEALEVEL/

https://lweb.cfa.harvard.edu/space_geodesy/SEALEVEL/

https://time.com/6270941/italy-lab-grown-meat-ban-climate-impact/

https://gfi.org/science/the-science-of-cultivated-meat/