Caso surgisse alguém com o poder de curar, fazer cegos voltarem a ver, cadeirantes voltarem a andar, tivesse o poder de curar pessoas de doenças congênitas, e até mesmo trazer mortos de volta à vida.
O que você acha que poderia acontecer?
Pense no desespero das pessoas: mães, pais, filhos, parentes, todos empenhados em levar seus entes mais queridos até essa pessoa. Todos, iriam querer, desesperadamente, chegarem até esse curador
Isso aconteceu com Jesus Cristo. Nascido em uma pequena cidade da Grande Judeia dominada pelos romanos que “alimentavam” a ganância dos líderes religiosos dos judeus e com isso mantinham todos sob ferrenho controle
No meio disso tudo crescia a fama de Jesus. De “boca a boca” no meio do povo “escravizado”. Naquela época não existia a web para propagar notícias.
As Escrituras Sagradas falam: “E na multidão só se discutia a respeito dele… Ninguém, ousava falar livremente a respeito dele com medo dos judeus” (Vide São João 7)
Então quando começou a circular no meio dos judeus a fama dos “milagres” de Jesus ?
Começou com o primeiro milagre dele relatado pelos evangelistas: o vinho multiplicado no casamento em Canaã - atualmente é a Cisjordania.
Durante o casamento Maria, a mãe de Jesus o procurou no meio dos convidados e alertou: -“acabou o vinho!”. Jesus lhe respondeu: -“ Mulher, que temos com isso? Minha hora ainda não chegou”.
Algumas traduções do manuscrito substituem o “- que temos nós com isso? ” pelo pior “- que tenho eu contigo? ”.
Enfim o contexto parece denotar desprezo de Jesus à sua mãe, não é? Errado
Jesus jamais desprezaria ou ignoraria sua mãe, lembrem-se, os evangelhos citam que Jesus indicou a obediência ao mandamento de “honrar pai e mãe” como regra do bom cristão.
Pensar que Jesus poderia ter tratado sua mãe com desprezo seria inadequado e impróprio e contra tudo aquilo que Ele ensinava: o Amor
A pergunta é óbvia: então porque esse contexto quase grosseiro da parte de Jesus ao apelo da sua Mãe?
Os evangelistas indicam a resposta no versículo seguinte:
Maria, a mãe de Jesus disse aos “serventes da festa”, observe que não foi aos donos da casa (aqui o orgulho deles apagaria o tom do milagre). Antes, Maria pediu aos serventes falando: “fazeis o que meu filho - Ele - lhes disser”. Maria confiava no poder do seu filho!
Observe que na cultura judaica naquela época era improvável uma mulher “dando ordens”. Daí o contexto “subliminar”
Ora, se Jesus tinha acabado de responder à sua mãe: - “o que temos com isso?” E imediatamente Maria ordena “fazei o que ele disser”, isso significa que Jesus OBEDECEU à sua Mãe e fez o melhor vinho da festa
Porque o contexto de respeito e obediência ao apelo de sua mãe é tão embutido?
Por um motivo óbvio além da cultura judia quanto à “liderança feminina restrita ao lar”, os evangelhos estão cheios de relatos que muitos não acreditavam em Jesus.
Com isso além da pressão dos líderes religiosos, os chamados fariseus, sobre as aldeias para não serem “seduzidos” - era esse o termo que usavam - pelo que Jesus ensinava, existia o preconceito e o medo que reinavam no meio do povo
Com isso a divisão, a polarização ocorreu entre o povo da Galiléia.
De um lado aqueles que afirmavam “da Galiléia não saia profeta” e diziam mais, “De Nazaré pode vir alguma coisa boa?”.
Avalie nesse contexto o preconceito além do desprezo arraigado no povo, junto vinha o medo reinante de se fazer publicamente “adepto de Jesus”. Isso muitos evitavam, afinal, Jesus “colhia espigas para comer” e “curava doentes” nos sábados ou seja, Jesus trabalhava. Algo impensável para os judeus da época
No entanto a fama de Jesus, enfrentando a elite religiosa dominante cresceu junto com os portentos dos seus milagres e dessa forma a multidão passou a admira-lo. Ou seja, Jesus “bombou nas redes sociais” da época, ganhando muito “seguidores”
Mas Jesus sabia dos riscos que corria e procurava proteger sua mãe e família, já que poderiam ser usados como meio de retaliação ou vingança pelos fariseus ou a elite romana
Assim, ocorreu outro importante fato citado pelos três evangelistas - Mateus, 12, Marcos, 3 e Lucas, 8 - quando o povo já confiante no poder de cura de Jesus e corriam atrás de um modo de chegarem até ele
Esse fato remete ao começo, a fama do “poder de curar” de Jesus era notória em toda a Judeia
Avalie o afã das pessoas para chegar até Jesus.
Agora pense na dificuldade que tinham para alcançar esse intento, já que Jesus era “escondido” pelos discípulos da sanha dos fariseus que queriam prendê-lo para impedi-lo de divulgar os seus ensinamentos. Imagine-se vivendo nessa época
Nessa ocasião, enquanto ocorria um tumulto de pessoas, chega a sua mãe e irmãos. Caso Jesus os recebessem publicamente todos na Judéia saberiam quem eram seus familiares. Avalie o assédio e o perigo que corriam
Os discípulos o alertaram: -“tua mãe e irmãos estão aí fora, querem falar contigo” Pense na ansiedade da multidão para saber quem seriam seus familiares
Como Jesus reagiu? “Não os conheço”:- “Quem é minha Mãe? Quem são meus meus irmãos?”
Em ação imediata estendeu às mãos aos discípulos: - Aqui está minha mãe e irmãos”.
Ufa que alivio, não é? Em seguida Jesus não perdeu a oportunidade de continuar ensinando “todo aquele que faz a vontade de Deus é a minha família”. A vontade de Deus exige “honrar pai e mãe”.
Jesus assim o fez, conhecia tão bem sua família que sabia que eles entenderiam e não interpretariam sua atitude como desprezo, ou desrespeito a mãe ou aos irmãos como muitos, hoje em dia o fazem, achando que Jesus os ignorou
Provável que seus discípulos, dissimuladamente, retornaram até a sua família para lhes explicar o que acontecia e que aquilo era exatamente para a proteção deles
Jesus protegeu muito bem a sua família que poucos na época sabiam quem eram, observe que até na crucificação os evangelhos relatam que entre as mulheres que lamentavam sua morte “estava Maria, sua mãe” subsistindo a ideia de incógnita
Atente que o possível corpo de Jesus, muito bem guardado na gruta por oficiais romanos foi reclamado por um secreto discípulo de Jesus chamado José de Arimateia - homem muito rico e membro do Sinédrio a antiga suprema corte de juízes de Israel.
Veja que não foi os seus familiares que reclamaram, já que seus discípulos respeitando a sua vontade faziam de tudo para proteger a família de Jesus
E você ainda acha que Jesus ignorava ou sequer desprezava a mãe dele chamando-a de “Mulher” invés de “Mãe”? Eu jamais pensei nisso
Deus te salve, Maria
Crédito das imagens Google
Textos compilados e link de consulta
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