O "NÃO" e a sentença de morte! Qual a relação com as redes sociais e a web?











Para entender essa relação, feche os olhos e embarque comigo nessa viagem no tempo:

Voltamos ao século 18 e imagine-se sentado numa daquelas colossais escrivaninhas da época. 
Ao conferir os documentos, você arregala os olhos e após um longo suspiro, devolve todos para mesa: são sentenças de morte.
 
Essas sentenças aguardam sua assinatura porque você é o Secretário do Conselho do Rei, um cargo importante na Corte

Em desespero você exclama: -"Não posso fazer isso, são sentenças de morte. O rei ordena e eu assino como secretário do Conselho, mas não consigo assinar"

E continua: - "Quando aceitei o cargo não achei que ia ser assim, tão difícil"

O assessor, observando, diz: "As leis já estão escritas. Não dependem do Senhor"

E você rebate: - "Sim, mas a vida deles depende de mim"

O assessor insiste: - "É um dever. Não deve se culpar por isso. São assassinos, sodomitas, traidores, ladrões. Assinaram as próprias sentença"

Você rebate: -"eles têm nomes, famílias, filhos. Executá-los, não vai mudar o que fizeram"

O assessor insiste: -"Perdoá-los também não! No final, é Deus quem julgará a todos nós" 

Mais de 300 anos se passaram, voltamos ao Século 20. O regime feudal não existe mais. Os locais de trabalho são outros, cargos e as funções também. O cenário mudou completamente. Será?

Não usamos mais as penas e nem os papéis espessos e escuros feitos de trapos brancos e água límpida.

Hoje, você trabalha no conforto do seu sofá, utiliza ferramentas tecnológicas à mão, enquanto degusta seu delicioso e nutritivo fastfood que acabou de pedir pelo App.

Veja bem, tudo mudou, os diálogos também, já os dilemas, estes parecem os mesmos resguardadas as proporções, é obvio


Temos uma web recheada de redes sociais e de sites para todos os gostos, exigências e modus operandi. 

São bilhões de pessoas no mundo todo, uns do lado de dentro da www (world wide web) que utiliza todos os tipos de documentos da hipermídia - hipertextos, vídeos, sons e imagens -  que são executados e interligados na internet, tudo operado pelas grandes corporações. 

E por outro lado, para utilizar isso, os usuários, que somos nós, precisam de um programa de computador ou navegador para descarregar essas informações de servidores da web e mostrá-las na sua tela (notebook, smartphone, tablet o que seja)

O acesso é rápido, eficaz e seguro. 
Não precisa da sua assinatura, basta digitar a sua senha e baixar o app da sua preferência. 


São bilhões de vídeos, frases de efeitos, histórias pessoais, versos religiosos e bíblicos, transcrições, fotografias, áudios, comentários genéricos, tudo sobre o que você pode ou não pode fazer da sua vida, ou aquilo que agrada e compatibiliza com muitos!

É por isso que muitas das vezes essas informações vêm recheadas de "sentenças de morte"

Não de morte física, tipo execução na forca, ou pelotão de fuzilamento, ou ainda cadeira elétrica. 

São sentenças de morte de valores, idéias, conceitos, preconceitos, ideais, batalhão de seguidores, milhares de likes, perfis bloqueados e ou cancelados, exclusão de grupos 


Basta um clique, e a sentença de morte é executada!

São conselhos, relatos, opiniões, relatórios, textos, postados em áudio, fotos, comentários ou vídeos - que impressionam qualquer pessoa - de toda ordem: bíblicos, conceitos religiosos, sociais, profissionais, políticos, familiares, infantis, históricos 

Agora lembre-se: NÃO coloque as chaves da sua felicidade no bolso de outra pessoa

Todos na web só têm um objetivo: angariar maior número de usuários, simpatizantes, seguidores, amigos virtuais, likes ou conexões, sem importar com os seus conceitos próprios, vida pessoal, com a sua realidade, ou opinião

Por isso não importa o que lemos, vemos ou ouvimos na web, todos temos cicatrizes - feridas novas ou velhas - que nos lembram, dia a dia da dor, do bem, do real, da nossa necessidade impossível de apagá-las, assinando uma sentença de morte

Essas cicatrizes, essas feridas são o mapa do que somos desenhados na nossa pele

E a única coisa que pode realmente nos salvar, nesses tempos de intensa tecnologia, são o que fazemos com elas. 

De nada adianta assinar sentença de morte, elas permanecerão ali, intocáveis, vivas

Dizer NÃO à essa sentença de morte que se impõe na web, diariamente é admitir que SUA VIDA DEPENDE DE SUA ASSINATURA e nada mais

Por que não importa o quanto "assinamos nos mapas" que cobrem a nossa "pele" (entenda vida) no final é Deus que julgará a todos, não é a web. Lacrou? Boa sorte com sua rede internauta! 








Partes do textos foram compilados e adaptados da Série na #Netflix "The Cook of Castamar",  obra de época espanhola adaptada do romance de #FernandoJMunez

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