E se fomos enganados desde o início? Existe uma "arma" muito mais poderosa que leis, normas e regras?



"Minha casa, minhas regras"
Para os cristãos a ideia de
Genesis como o marco inicial da história humana teve início com a primeira mulher Eva, cujo frescor, inocência e harmonia do casal foram destruídos condenando toda a sua descendência humana

Tudo foi destruído à custa da sua desobediência! Ali está o homem, um ser moralmente débil, que ávido de livrar-se das suas resposabilidades, influenciado por sua mulher, desobedece a lei, uma regra, uma "ordem" ao preço da sua própria "queda"

A partir daí começa a história da aliança de Deus com a descendência humana, os filhos, os descendentes de Eva e Adão 

O espaço e o tempo humano são organizados sob essa expectativa: o cumprimento da promessa divina da sobrevivência, ou seja, da garantia de preservação da descendência humana cujo marco inicial são os nossos ancestrais paradisíacos: Adão e Eva

Adão foi formado do "barro" e Eva da sua "cartilagem hialina" - termo científico impossível para época - hoje traduzido  como "costela". 

As costelas tem a mesma quantidade de pares cromossomicos - 12 pares indivisíveis, mas ao serem multiplicados chega-se a 23 e meio, ou seja, a quantidade exata das células diploides, as células humanas que quando unidas na fecundação totalizam 46 cromossomos 

A partir disso tudo é promovido a status quo: o tempo humano é ordenado por essa promessa sob o signo da expectativa do cumprimento da promessa divina: o de garantir a sobrevivência da descendência humana!

Mas antes da queda a ordem é essa: -"sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra" (Genesis 1:28). 

Após a queda, a ordem mudou e se tornou essa: - "... multiplicarei, os sofrimentos da tua gravidez, em meio de dores darás à luz filhos" (Genesis 3:16)

Conclusão: Eva estava grávida de Adão ao serem, os dois, expulsos do Paraíso!

A pergunta é básica: se Eva já estava grávida foi a sua desobediência a causa da "queda humana"? Em consequência gerou a promessa divina de preservar a sua descendência? 

É óbvio que não! Nunca foi a desobediência o fator da queda humana, antes foi a cobiça a "emoção humana de querer se tornar igual a Deus". Essa culpa não poderia ser atribuida ou mesmo condenar a sua descendência, isso sim, gerou a promessa divina 

A história da aliança de Deus com a descendência de Eva forma o "gancho" para entendermos o próximo ciclo: o homem, ávido de se livrar das responsabilidades imputadas pelo seu Crisdor: a de dominar, cultivar e guardar a sua terra, à vista da sua própria exaltação, entendeu ser essas atividades humildes demais, uma ocupação, um serviço simplório demais para ele e para sua magnitude, afinal era ele "feito à imagem e a semelhança de Deus"

Por isso o homem aspirou tornar-se igual Deus, o seu criador! 

NÃO foi a desobediência que causou a sua queda, antes foi a sua cobiça a emoção humana de grandeza, o motivo do homem atirar-se num caminho tortuoso, sofrido e sem volta: Deus colocou querubins de guarda à porta do Paraíso  (Genesis 3:24)

E até hoje, não importa até onde chegamos, o quanto acumulamos de riquezas ou de conhecimento, de avanços tecnológicos SEMPRE VAI FALTAR ALGO ou alguma coisa ao homem

A "serpente" que personifica o mal - nessa eterna luta do bem contra o mal - é aquela que rasteja sobre "seu próprio ventre" e o mal sabe muito disso. 

A "serpente" conhece a fundo as necessidades, todas as emoções humanas de querer levantar-se, de andar sobre seus próprios pés, a soberba, a ganância, a cobiça e luxúria todas emoções vívidas da "queda do homem" em contraponto a sua humildade.  Para entendermos isso, nascemos "engatinhando" e somente após, conscientes,  nos sustentamos "sobre pés"

Nós, humanos, movidos pelas nossas emoções sempre almejaremos a grandeza! Acreditamos que ao atingi-la estaremos "livres, libertos das responsabilidades da humildade", da carencia, da dificuldade, da humilhação tudo irá sumir como num "passe de mágica". Abracadabra. Não é assim!

É com esse quadro na mente que damos um mergulho profundo nas normas sociais:  são elas que desde a origem humana se tornaram uma das armas mais poderosas do universo humano. É com ela que reis estimularam guerras, cientistas produziram avanços e novas descobertas, líderes produziram sistemas de governos e dominantes subjugaram indivíduos

Foi com essa arma que o "paraíso" se transformou na "luta pela sobrevivência" como conhecemos até hoje! A emoção humana da grandeza como norma socialmente aceitável subjugou a lei da obediência. Adão assim o fez 

Essas normas socialmente aceitáveis tornam os comportamentos, também, socialmente eficientes. Quer provas? Veja 

"Uma unidade policial pode desenvolver a expectativa de que os membros da sua equipe, todos, se apoiam uns aos outros. Isso resulta em comportamento positivo de apoio e ajuda mútuas. Mas também resulta em comportamento negativo da equipe de "fechar os olhos" quando um dos seus membros, usando da sua posição, abusa sexualmente de algum prisioneiro"

A lei pune tal atitude, mas aqui as "normas sociais" tem mais e maior valor e aplicação 

Outro exemplo do poder das normas sociais:

"Uma cena trivial do diálogo entre mãe e filho em qualquer cidade interiorana do Brasil. 

A mãe, assustada reclama: - O quê? Você dirigiu uma moto sozinho? O filho responde, altivo: - Sim

A mãe rebate: - "Mas você não pode! Ainda não tem 18 anos. Não tem carteira de habilitação. Tá na lei

O filho, impaciente: - "Mãe, por favor, isso é Brasil, todo mundo dirige sem carteira. Até carro!"

A norma social - dirigir sem habilitação - tem mais força que a lei, os regulamentos ou normas reguladoras do trânsito 

Mesmo peso, em diferentes medidas. Assim, que tal sermos mais tolerantes uns para com os outros? É o equilíbrio 

Ora a vida, a saúde, a segurança e a educação são direitos sociais, coletivos e que estão sob o poder, a proteção da lei e das  normas constitucionais, assim como o "filho dessa mãe no nosso exemplo" está sob sua proteção! 

Reparou na diferença do nosso exemplo? Uma mãe de forma simples não controla seu próprio filho, então como poderemos exigir isso dos complexos poderes constitucionais? 

O peso da democracia somos nós,  como cidadãos que sentimos, e equilibrar essa gangorra é muito difícil mas não é impossível quando agregamos muito mais "peso" ao coletivo

Retornando ao inicio do nosso tema, que fique bem claro: fomos enganados pelo contexto nas traduções, por erros de interpretações, não foi pelas promessas divinas! Eu sou cristã 

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