As novas regras da LDO e os vetos do governo Lula até ao atual cenário político do Brasil. Como tudo isso afeta seu bolso?

Lula sanciona regras para o orçamento federal de 2024 com vetos e meta de déficit zero

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) traz a estimativa de arrecadação e coloca limites para os gastos públicos. O texto de 2024 prevê déficit zero para este ano, ou seja, o governo não vai poder gastar mais do que arrecadar


No texto atual da LDO o governo Lula vetou nada mais, nada menos que 34 trechos, entre eles, um que tratava da liberação das emendas impositivas, de pagamento obrigatório. 


Pelo visto os congressistas teimam e insistem em “dar ordens” aos recursos públicos usurpando essa função que é do Executivo. Desequilíbrio? Claro que não, para isso temos o poder do veto. 


Entre os vetos o governo bloqueou o que garantia o pagamento ainda no primeiro semestre 2024 de todas as emendas impositivas com transferências para as áreas de saúde e assistência social. 


O texto da LDO exigia ainda a obrigação do governo reservar dinheiro para essas emendas em até 30 dias. Quer tenha disponibilidade ou não. 


É quase exigir ao governo “pedalar”. Os parlamentares parecem desprezar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Governo Dilma sofreu impeachment em 2015 e respondeu processo no TCU por isso. 


Apesar da obsessão dos parlamentares em impor ao governo federal as suas destinações individuais - aquelas emendas feitas ao orçamento federal - os parlamentares acataram emenda do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que foi destacada (votação em separado de trecho do projeto). 


O que continha a Emenda? 

O texto proibia à União de realizar, direta ou indiretamente, despesa que incentive realização de aborto e de ações tendentes a influenciar crianças e adolescentes a mudar de sexo.



O deputado O federal Danilo Forte (União Brasil-CE), relator da LDO de 2024 foto de Renato Araújo/Câmara dos Deputados) 

Acontece que essa emenda já havia sido rejeitada na Comissão (CMO) pelo relator da LDO o deputado da oposição Danilo Fortes. O relator apelou ao congressistas explicando não ser possível uma lei orçamentária tratar de assuntos que envolvem inclusive o Código Penal. 

  • Não é a lei de diretrizes orçamentárias que trata desses temas. Aliás todos esses temas são proibidos pelo ordenamento jurídico brasileiro” - alertava  o líder do governo no Congresso Nacional, Sen. Randolfe Rodrigues (PT-AP). 

Mas quando “a carga é muito o burro empaca”,  assim teimosamente, pra variar o “burro empacou”. Pelo visto o arreio pegou forte. Pocotó, pocotó… tóó.


Parlamentares embarcaram nesse viés negativo da oposição para travar alterações inapropriadas e embaraçosas no texto da LDO. 


Já outros “contrarrelógio” aproveitam para passarem com exclusividade aos seus “afetos” a vertigem de serem “pseudovítimas” de um governo que manipula esse falso ideário. Tacanho isso, enganar aos cidadãos. 


Obviamente tudo isso só favorece o autor da emenda que apropria maior proveito político dessa “manipulação desinformativa” criada para ajudá-lo a alcançar seu público transmitindo “pseudopoder político”.


Frustrante ver parlamentares embarcaram nessa “canoa furada” tão rapidamente, quanto perdem seguidores em suas bases eleitorais. 


Afinal o texto dessa emenda trata de um “viés social”, não da atuação de políticas públicas que é função do próprio Legislativo não é do Executivo e boa parte do eleitorado sabe disso. 


Deveriam ter em mente que 2024 é ano de eleições oportunizando aos partidos e aos deputados federais firmarem suas bases eleitorais


Enquanto isso, já temos muitas famílias brasileiras enfrentando a dor e todas as dificuldades desses temas problematizado na privacidade dos seus lares. 


E até as famílias conseguirem superá-los não é uma mera emenda limitada ao texto da LDO que vai eliminar esse viés da nossa realidade social. Essas famílias brasileiras precisam é de ajuda não é de blá-blá-blá.


No entanto voltemos ao texto da LDO entre os trechos que Lula sancionou está a determinação que o governo só poderá contingenciar as emendas das comissões do Congresso na mesma proporção dos bloqueios de gastos para custeio e investimento. Aqui temos o duplo equilíbrio orçamentário alcançado, não tem dinheiro lá, não tem dinheiro cá. Corretíssimo! 


Seguimos ao que realmente interessa aos cidadãos, veja: Ainda em 2023 na última sessão do ano, o Congresso Nacional aprovou no dia 22/12 o Orçamento da União para 2024 (PLN 29/2023), que prevê receitas e despesas de R$ 5,5 trilhões. Nosso país é muito rico, não é? Não são bilhões, são trilhões!


No constante combate aos desvios de recursos públicos (corrupção) a novidade da LDO de 2024 diz respeito às chamadas Transferências Especiais ou Transferências PIX, largamente utilizadas no governo anterior (do Presidente Bolsonaro) que permitiam a liberação de recursos financeiros de maneira rápida e diretamente ao estado ou município beneficiário, independente da celebração prévia de convênios ou acordos semelhantes


Avalie a farra que isso proporciona! Exatamente por isso essas transferências foram alvos de críticas pela falta de transparência. 


Só passando para lembrar: “O governo Bolsonaro em 2022 cortou dinheiro de programas sociais voltados, por exemplo, para a habitação (casa verde amarela) e a saúde (farmácia popular), com a desculpa de não ter recursos. Desse jeito não sobrava mesmo para programas sociais. 


Em audiência pública realizada na CMO em agosto 2023, o consultor de Orçamento do Senado Fernando Moutinho afirmou que na prática não é possível saber em que foi gasto o dinheiro quando ele cai na conta da prefeitura ou do governo estadual.


Agora a LDO exige que o prefeito ou o governador deverão comunicar o valor do recurso recebido e o seu plano de aplicação ao respectivo órgão parlamentar, ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Tribunal de Contas dos estados e de municípios que possuírem esses órgãos de controle externo. 


Tem mais essa comunicação deverá ocorrer no prazo de trinta dias e deve ter ampla publicidade. 


Quanto às emendas individuais, de bancada estadual ou de comissão para as áreas da saúde e da assistência social (Gastos com Área Social) pagas com repasses diretos e automáticos da União, a transferência deverá ser feita até 30 de junho de 2024. 


Esses recursos são liberados aos estados e aos municípios, mas agora há a possibilidade de que sejam transferidos diretamente a entidades filantrópicas, como as Santas Casas no caso das emendas direcionadas a área de saúde.


Com isso em foco vamos destacar: 


Segundo o portal do TCU o Brasil tem 8,6 mil empreendimentos paralisados,  financiados com recursos públicos de um total de 21 mil obras existentes. 


De 2020 até 2023 essas obras paradas tiveram um aumento de 41%. Será culpa da antiga falta de transparência das transferências Pix? Quem responderá será o TCU.Aqui quiser saber mais acesse o link: 


https://portal.tcu.gov.br/imprensa/noticias/brasil-tem-8-6-mil-obras-paralisadas-financiadas-com-recursos-federais.html


Daí a questão é: 

👉🏻 Qual o motivo dos parlamentares oposicionistas não encontrarem soluções e sugestões para esse grave problema com uso de recursos públicos? Afinal é dinheiro público escoando para o lixo! 

👉🏻 Por quê esses parlamentares não estudam e trazem soluções no lugar de “entabular emendas indecorosas ao texto da LDO”, desperdiçando a oportunidade de provarem “força política”? 


👉🏻 Qual a motivação desses parlamentares que cuidam de disseminar viés preconceituoso aos problemas sociais castigando à população que sofre com eles, como se fosse “culpa” do atual governo? 


Deixo aos 156.454.011 do eleitorado apto a votar em 2024 (dados do portal do TSE) a responsabilidade de responder. 







Imagens disponíveis e retiradas do Google 

Sites e links de pesquisa e compilação de textos

Leia mais em: https://veja.abril.com.br/coluna/radar/a-preocupacao-do-relator-da-ldo-de-2024-com-os-vetos-de-lula


https://www12.senado.leg.br/radio/1/noticia/2024/01/03/vetos-a-ldo-barram-cronograma-de-emendas-parlamentares-e-percentual-para-emendas-de-comissoes

https://g1.globo.com/google/amp/politica/noticia/2024/01/02/orcamento-2024-lula-sanciona-ldo-com-valor-recorde-para-financiamento-de-eleicoes-municipais.ghtml

https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202401/presidente-lula-sanciona-com-veto-a-lei-de-diretrizes-orcamentarias-de-2024

https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/12/22/congresso-orcamento-de-2024-com-mais-recursos-para-fundo-eleitoral-e-recorde-para-emendas.ghtml






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Comentários

  1. Vera Lúcia, obrigado por este oportuno resumo do que "aceito" e do que rejeitado pelo executivo nesta tentativa de, através da LDO, o legislativo assumir a tarefa de decidir onde gastar o orçamento, sempre em busca de abocanhar mais verbas a favorecer o seu eleitorado. Se os eleitores se informassem melhor, nunca mais este país voltaria a ser comandado por pessoas "desastrosas" como o último desmiolado que esteve à frente do executivo do Brasil.

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  2. Vera Lucia Fonseca 🌷5 de janeiro de 2024 às 10:27

    Muito te agradeço o feedback é exatamente essa a intenção dos meus textos trazer uma versão ampla e esclarecedora aos leitores com base nas minhas experiências enquanto exerci assessoria de orçamento a um congressista. Um grande abraço

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