Venezuela e Guiana: o dia em que o petróleo acabou! A reta final é de um acordo?

Vladimir Putin aperta a mão de Nicolas Maduro em reunião no Palácio do Kremlin, Rússia, em 25 de setembro de 2019. (Escritório de Imprensa do Ministério da Extremadura / Apostila / Agência Anadolu via Getty Images)


Pra botar os trilhos desse “trem descarrilhado” chamado Essequibo é preciso relembrar os motivos que deram início a segunda guerra mundial. 

Você lembra? Não! Vou pincelar, então. 


Voltamos ao início 1939,  a União Soviética, atual Rússia temendo a ascensão do nazismo tentou formar uma aliança contra a Alemanha Nazista.


Com essa intenção a União Soviética procurou firmar aliança com Reino Unido, França, Polônia e Romênia, e não conseguiu. 


Repare que os russos já alertavam a Europa sobre más intenções do nazismo. Tentaram mas não obtiveram sucesso. 


Por uma ironia do destino a Polônia e a Romênia não  permitiram direitos de trânsito das tropas soviéticas pelos seus territórios alegando “segurança coletiva”. 


Com o fracasso dessa aliança - aqui veio o problema - os soviéticos, mudaram de ideia e assim em 23 de agosto de 1939 assinaram o Pacto Molotov-Ribbentrop para surpresa geral: com a Alemanha Nazista.Típico dos russos: “não digam que eu não avisei!”. 


Mas o que fez os russos mudarem tão rapidamente de foco: antes antinazista, para aliados de Hitler? 


Os dois governos diziam que o acordo era só um tratado de “não-agressão”.  No entanto em segredo os dois concordaram em partilhar a Polônia dividindo a Europa Oriental em esferas de influência entre ambos. 


Esse acordo foi uma espécie de “licença para guerra” 


Exatamente uma semana após em 1° de setembro de 1939, empolgado com a ideia e o apoio soviético Hitler invadiu a Polónia. Começou a segunda guerra mundial! 


Desçam as cortinas e estamos em 2023. Qual a causa desse repentino interesse de Maduro de anexar parte do território da Guiana para a Venezuela? Território chamado de Essequibo


Toda a região dormia tranquila desde fevereiro de 1966 quando representantes do Reino Unido, Venezuela e Guiana Britânica assinaram o Acordo de Genebra em 17 de fevereiro de 1966, logo depois em maio daquele ano a Guiana, alcançando sua independência, tornou-se parte desse Acordo. 


Acontece que em dezembro de 2019, foi concedido uma franquia para a gigante americana ExxonMobil explorar petróleo em plataformas off-shore. Assim começa a história com a produção do primeiro petróleo da Guiana em seu campo offshore Liza. 


Até 2019 esse campo produzia uma média 120.000 barris de petróleo por dia utilizando o navio de armazenamento e descarga de produção flutuante Liza Destiny (FPSO).


Mas então tudo mudou! A partir de 2022 o Liza Destiny mudou para uma segunda fase chamada Liza Unity FPSO, com uma capacidade de produção de 220.000 barris de petróleo por dia.


Tem mais: enquanto aguardam as aprovações do governo e a sanção dos projetos veio um terceiro projeto em desenvolvimento: a produção do novo campo: Payara situado ao norte do Liza. Esse terceiro campo poderia atingir cerca de 220.000 barris de petróleo por dia, disse a ExxonMobil.


Agora em 2023 as atividades de perfuração da ExxonMobil na  Guayana Esequiba já contam com quatro (4) navios de perfuração. O “veio” é grande! 


Jovens passam por grafites representando as bandeiras da Venezuela e da Rússia lendo "Juntos vamos derrotar a COVID-19" Caracas em 4 de março de 2021. (Yuri Cortez/AFP via Getty Images)


Tudo isso acontecia sob o olhar “atento” e “cobiçoso” de Maduro na Venezuela. Olhar do tipo “esse espaço geográfico já foi nosso”. E agora? 


A Venezuela de olho no “tesouro” decidiu pedir “apoio” ao Tribunal Internacional de Justiça para resolver a disputa territorial sobre a área, protocolando reivindicar a área como território da Venezuela.


Maduro alegava que iria realizar um referendo consultivo em 3 de dezembro de 2023 com uma lista de cinco perguntas que seriam apresentadas ao povo venezuelano. Maduro fez isso, e o referendo foi aprovado 


Acontece que antes disso o Tribunal Internacional, com sede no Palácio da Paz em Haia por unanimidade, decidiu provisoriamente: 

“Enquanto se aguarda uma decisão final no caso, a República Bolivariana da Venezuela se absterá de tomar qualquer ação que modifique a situação que atualmente prevalece no território em disputa, pela qual a República Cooperativa da Guiana administra e exerce controle sobre essa área;


Para evitar agravamento ou dificuldades futuras estendeu a abstenção ambas as partes. 


O Tribunal tomou por  base a Sentença Arbitral de 3 de outubro de 1899 quando a atual Guiana ainda era Guiana Britânica, e essa sentença estabeleceu o território localizado entre a foz do rio Essequibo, no leste, e o rio Orinoco, no oeste como a fronteira entre a Guiana Britânica e a Venezuela. Pronto 

Alguma semelhança com os fatos que ensejaram a segunda guerra mundial? Qualquer semelhança é mera coincidência? Os fatos parecem repetir.


Esses são os fatos presentes para todos nós! Agora questione: quem ficaria muito feliz com a “propriedade” desse território passando para a Venezuela? 


Confira os bastidores: 


Maduro faz um tour visitando o navio de treinamento russo Perekop

Isso aconteceu em 25 de julho de 2023 19:01 

O presidente Nicolas Maduro visitou o navio de treinamento da Marinha Russa Perekop, que participou de um desfile naval para marcar o 200o aniversário da Batalha do Lago Maracaibo” disse o encarregado de negócios russo na Venezuela, Eduard Sokolov o diplomata russo que também participou de eventos festivos no Lago Maracaibo.


Na formação solene no convés do navio, os hinos da Rússia e da Venezuela foram realizados. Dirigindo-se aos cadetes russos, Maduro enfatizou que "a Venezuela e a Rússia sempre estarão juntas".”


Lembre-se que petrolífera que atua na Guiana é a gigante americana, daí como os EUA reagiram a essa incursão do navio da Marinha Russa até a Venezuela via Cuba? 


Na quinta, (08/12/2023) os EUA e a Guiana anunciaram a realização de exercícios militares no país, inclusive em Essequibo. O gesto foi interpretado pela Venezuela como "provocação"


Os dois países estão igualzinhos galos de briga em um ringue “amolando as esporas” e “empinando as cristas”! 


Quais são os poderios militares dos dois países?


👉🏻 Enquanto a Venezuela é o 6º país que mais investe na área militar no mundo, 


👉🏻 a Guiana está apenas na 152ª posição, segundo o The World Factbook, da CIA, a agência de inteligência americana


Não se iluda: nos bastidores estão os interesses das duas maiores potências globais em armamentos. 

E o que está em jogo é domínio financeiro, não é territorial. 


Ah, só pra concluir a segunda guerra terminou com a vitória dos Aliados chamados de "Nações Unidas (ONU)" partindo da declaração de 1 de janeiro de 1942 que declarou a Dissolução do Terceiro Reich, do Império do Japão e do Império Italiano. Lá se vão 76 anos!



Ah, já a União Europeia como anda nesses “trilhos”?  Veja:


Depois de 8 anos a cúpula entre União Européia, América Latina e Caribe - a última ocorreu em 2015 — foi relançada em julho, 2023 em um momento em que os europeus tentam trazer o continente de volta à sua esfera de influência.

“Hoje marca um novo começo para uma velha amizade”, disse Von Der Leyen, presidente da Comissão Europeia.


Pelo que vemos a Europa agora tem pressa para se reaproximar do Brasil e América Latina. Será como aliados? 




Imagens disponíveis e retiradas do Google 


Sites e links de pesquisa e compilação de textos:


https://www.icj-cij.org/decisions

https://mobile.opec.org/7225.html


https://mobile.opec.org/7267.html


https://www.offshore-energy.biz/exxonmobils-new-oil-discovery-off-guyana-could-underpin-future-development/


https://www.offshore-energy.biz/modec-to-handle-feed-work-for-exxonmobils-fifth-guyana-project/


https://www.offshore-energy.biz/significant-discovery-in-guyanas-stabroek-block/


https://kyivindependent.com/venezuelan-opposition-leader-ukraine-will-never-convince-maduro-ortega-or-museveni/


https://www.azernews.az/region/212727.html


https://g1.globo.com/mundo/noticia/2023/12/08/novo-mapa-pedido-de-ajuda-a-onu-exercicio-militar-com-os-eua-em-que-pe-esta-a-disputa-entre-venezuela-e-guiana-por-essequibo.ghtml

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